Que nunca nos percamos da esperança,
– O sopro divinal que nos sustenta –
Mesmo que a sorte venha muito lenta
Aliviar a dor que em nós avança.
Devemos crer na força da mudança,
Que habita sempre o centro da tormenta,
E nos conduz à luz, que nos alenta,
Também à imensa paz de uma criança.
Ventura vai e vem, à sua guisa,
A excruciante dor nos humaniza,
Desde que doa sem passar em vão.
Enfim, devemos crer que tudo muda,
Mesmo que a vida seja dura, ruda,
O sol renascerá na escuridão.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.