Policiais penais que atuam na cadeia Pública de Juara (694 km de Cuiabá) descobriram no último sábado (19) um túnel de, aproximadamente, oito metros localizado na cela dois da unidade. O local abriga 22 detentos que são membros da facção criminosa Comando Vermelho e daria acesso ao pátio onde eles tomam banho de sol, próximo aos muros da cadeia pública.
De acordo com o diretor regional do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), Claudiney da Silva Gonçalves, policiais penais que estavam de plantão realizavam vistoria nas celas quando avistaram terra no chão e decidiram entrar no local.
“Após checarem que existia possível irregularidade, os agentes retiraram os reeducandos da cela e localizaram o túnel dentro do banheiro. O buraco já estava na parede da fundação da estrutura, que possui cerca de 60 centímetros de espessura. Dentro do buraco foram encontrados sacos com terra, e ainda ao menos sete colchões com terra na parte superior da cela”.
O diretor da unidade acredita que a intenção dos reeducandos era ter acesso ao pátio que dá acesso aos muros da unidade. “Eles conseguiram cavar aproximadamente oito metros, até chegar à fundação da estrutura. Graças ao bom trabalho realizado pelos policiais foi possível evitar essa fuga de criminosos considerados perigosos”.
Apreensões na PCE
Nove porções grandes de substância análoga à maconha, 18 chips, celular, fone de ouvido e carregador foram encontrados na madrugada desta terça-feira (22.02) dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Os itens que seriam entregues aos reeducandos foram apreendidos por policiais penais que realizavam rondas dentro da unidade.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso, (Sindspen-MT), ações como esta têm se tornado cada vez mais frequentes dentro das penitenciárias do Estado.
“Esse tipo de crime tem se tornado comum e apreensões desses itens são corriqueiras. Os criminosos arremessam por cima dos muros e fazem até mesmo uso de drones para soltar os ilícitos dentro das unidades. Mesmo com a instalação de telas, essas tentativas continuam acontecendo.” explica o presidente do Sindspen-MT, Amaury Neves.
A unidade, que passa por reforma de ampliação, abriga atualmente cerca de 2.400 reeducandos de todos os municípios da Baixada Cuiabana, entre líderes de facção e faccionados. O sindicato e a direção da penitenciária parabenizam a atuação dos servidores que não medem esforços para barrar a entrada de ilícitos nas unidades, e reforça que essas ações evitam que mais crimes sejam cometidos contra a população.