Internacional

Fronteiras internacionais australianas reabrem ao fim de dois anos

A partir de hoje (21), os aeroportos da Austrália voltam a ficar movimentados. Ao fim de quase dois anos, o país que tinha aplicado algumas das medidas mais rígidas do mundo para combater a pandemia de covid-19, reabre pela primeira vez as fronteiras. Mais de 50 voos internacionais devem pousar durante o dia.

Um voo da Qantas, proveniente de Los Angeles, foi o primeiro a aterrissar em Sydney, às 6h20 locais. Seguiram-se voos de Tóquio, Vancouver e Singapura.

Os encontros encheram as áreas de chegadas. Foi o caso de Charlotte. A menina não via o avô há muito tempo e abraçada a ele disse aos repórteres : "Senti tanto a falta dele e esperava por esta viagem há tanto tempo".

Durante o ano passado, alguns australianos foram autorizados a regressar, mas a maioria de visitantes permaneceu longe do país. 

Ao fim de quase dois anos, quem está vacinado com duas doses não precisa ficar em quarentena, ao contrário dos não vacinados, que terão de esperar 14 dias em um hotel, por conta própria.

A região da Austrália Ocidental é a única parte do território que só abrirá portas em 3 de março e vai exigir vacinados com as três doses.

"Sejam bem-vindos"

"Que notícia maravilhosa para a nossa indústria de turismo e para as 660 mil pessoas nela empregadas", afirmou Dan Tehan, ministro do Comércio, Turismo e Investimento.

O presidente executivo da Qantas, Alan Joyce, estima que a transportadora nacional conduza esta semana mais de 14 mil passageiros para a Austrália e declara : "É justo dizer que todos esperamos muito tempo para receber os visitantes de volta ao país".

Para o gestor, o momento pode marcar "o início do que muitos acreditam ser uma recuperação longa e lenta para o setor de turismo, devastado pela pandemia".

"Acho que veremos uma recuperação muito, muito forte", acrescentou o ministro Dan Tehan no aeroporto de Sydney, vestindo uma camiseta onde se lia "Wellcome back" ("Sejam bem-vindos").

Durante a pandemia, todos os meses as políticas restritivas custaram às empresas cerca de 2,3 mil milhões de euros, de acordo com a Câmara Australiana de Comércio e Indústria, com o setor do turismo particularmente atingido.

Tony Walker, diretor do Quicksilver Group, que opera cruzeiros, excursões de mergulho e resorts na Grande Barreira de Corais, declarou que estava "muito animado por poder reabrir".

"Os turistas internacionais representam cerca de 70% dos negócios para os operadores de turismo", argumentou Walker. A ausência de pessoas, com o fechamento de fronteiras e os confinamentos, resultou em "dois anos incrivelmente difíceis", acrescentou . A empresa de Walker passou de 650 para 300 funcionários.

Reencontros 

Em 2019, a Austrália recebeu cerca de 9,5 milhões de visitantes estrangeiros e, para Tehan, a expectativa é que o setor de turismo recupere, depois de ter sido sufocado pelas proibições de viagens.

A aplicação da política "zero covid" para conter a pandemia no território australiano também recebeu duras críticas por separar famílias.

No outro prato da balança estão as muitas vidas salvas, especialmente antes de as vacinas estarem disponíveis. A Austrália regista 4.900 mortes associadas à covid-19 desde o início da pandemia.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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