A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) participou da visita de controle social dos membros da Comissão da Produção de Orgânicos do Estado (CPOrg MT) junto a produtores que fazem parte da Organização de Controle Social (OCS) Pedra do Índio, em Alta Floresta (803 km de Cuiabá).
O objetivo da iniciativa foi estreitar laços e promover um momento de escuta e troca de experiências práticas e técnicas em agroecologia e a produção de orgânicos.
Fazem parte do grupo, representantes da Empaer, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – Produção Orgânica de Base Agroecológica e do Instituto Centro de Vida (ICV).
A visita aconteceu na semana passada e foram visitadas cinco propriedades, quatro em Alta Floresta e uma na cidade de Paranaíta – com produções variadas de hortaliças, frutas, café, mel e extratos vegetais. Foram acompanhados ainda os sistemas agroflorestais integrados, desenvolvidos e acompanhados pelo ICV.
Na oportunidade, foram acolhidas as demandas, dificuldades e entraves percebidos pelas propriedades, além de discussão sobre os potenciais produtivos e logísticos da produção orgânica da região.
O engenheiro agrônomo da Empaer, Rogério Leschewitz, destaca que as visitas foram de fundamental importância, tanto no aspecto social de aproximação entre os membros do conselho da CPOrg MT junto aos produtores tanto no aspecto técnico, com troca de vivências e experiências entre os presentes.
“É através destas visitas que teremos embasamento para constituirmos outras OCS pelo Estado com o auxílio da Empaer e parceiros. Percebe-se no olhar dos produtores, o amor e o cuidado pelo solo, pelas plantas e por todo o meio produtivo e ambiental, isso nos motiva a querer cada dia mais, difundir este sistema produtivo, que é a agroecologia e a produção orgânica, nas propriedades que atendemos com assistência técnica e extensão rural”, destaca Rogério.
Para Rafaella Teles Arantes Felipe, integrante do Grupo de Trabalho (GT) Produção Orgânica de Base Agroecológica da UFMT, a visita foi muito positiva. Ela destaca que a comercialização de orgânicos no país cresce ao ano 30%, mas é preciso políticas públicas para o segmento que vem da agricultura familiar. Ela explica que para ter a certificação orgânica o produtor tem três caminhos.
O primeiro, por auditoria com acesso a créditos e assistência técnica especifica para produção de orgânicos. A segunda, por certificação participativa onde a comunidade se organiza com a realização de reuniões e visitas. A terceira e última, seria por organismo de controle social, no caso, o que foi realizado, na ocasião. Nesse caso o agricultor recebe uma declaração que não seria o certificado. Ele vai poder vender em feiras e eventos, mas não autoriza a comercialização com atravessador. Os tramites são acompanhados pelo Mapa.
“É de suma importância esse acompanhamento e a troca de experiência. No Estado, a produção de orgânicos ainda é tímida. É preciso mais investimento e assistência técnica especifica. O produtor familiar ainda tem dificuldade e precisar ser estimulado”, conclui Rafaella.
O representante do MAPA – Núcleo de Apoio a Produção Orgânica, Cleiton Leonardo Nascimento de Souza, destaca a importância do trabalho da comissão que fomenta a agricultura de orgânicos. “O Mapa é o agente promotor das articulações. No Estado, são 18 membros da CPOrg MT, sendo nove público e nove não governamental. O Ministério trabalha não só para construir as políticas públicas, mas para atuar como um braço de apoio”.
O representante do ICV, Luan Candido da Silva, avaliou como importante. “As visitas fortalecem a troca de experiências em agroecologia e produção orgânica”, completa.