A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história. (Carpe Diem, Walt Whitman)
Oh! Pobre ser mortal! O tempo passa!
Caronte, no seu barco, nos espera,
E Crono, Deus do Tempo, nos abraça,
e tudo finda. A vida é uma quimera.
Se Quíron sana a dor de tal devassa,
depressa o novo sonho, em si, se altera,
as Moiras giram Roda, entornam taça,
no peito pulsa e cresce a besta fera.
O tempo da colheita não se muda,
o que se planta colhe-se, portanto,
no reino de Hades, grande sumidouro.
A morte é tão voraz, jamais te escuda!
Semeia, dia a dia, amor, encanto,
e irás colher, em paz, o teu tesouro.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.