O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, foi preso na manhã desta quinta-feira (28) com a deflagração da Operação Cupincha – segunda fase da Operação Curare. A força tarefa apura atos de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à pasta da Saúde.
Segundo a Polícia Federal, 13 mandados de busca e apreensão e outros três de prisão preventiva serão cumpridos pelos agentes de segurança. Os trabalhos serão realizados nas cidades de Cuiabá e Curitiba-PR.
Como se apurou na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá/MT e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém-transformadas para o ramo da saúde.
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando à dissimulação dos eventuais beneficiários.
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de contratos administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado.
Crise no Alencastro
Emanuel já tinha sido afastado do cargo em 19 de outubro, com a deflagração da Operação Capistrum. A força tarefa do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), da Procuradoria-Geral de Justiça, apura a contratação irregular de servidores e outras irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
As investigações foram baseadas na delação do ex-secretário Huark Douglas Correia. O então titular da Saúde apontou que as contratações de funcionários comissionados, em sua maioria, teriam sido realizadas para atender interesses do prefeito. Huark afirmou que o ‘cabide de empregos’ seria um 'canhão politico' e visava retribuir ou comprar apoio político.
Além de Pinheiro, também foram afastados de suas funções o chefe de gabinete da prefeitura, Antônio Monreal Neto, e a chefe da Secretária Adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza. O primeiro chegou, inclusive, a ser preso preventivamente, mas acabou sendo liberado na sexta-feira passada (22).
Com o emedebista fora, o vice-prefeito José Roberto Stopa (PV) assumiu o comando do Poder Executivo de Cuiabá.