A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (5), uma força tarefa para desarticular um grupo criminoso especializado no tráfico de drogas e armas e lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 2 bilhões nos últimos dois anos. A organização atuava em Mato Grosso e outros nove estados. Ao todo, 496 mandados judiciais serão cumpridos durante a Operação Balada.
Conforme as investigações, organização operava um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
Os entorpecentes eram remetidos dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, armazenada no Triângulo Mineiro e, posteriormente, distribuída a várias regiões do País, em especial os estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
As investigações revelaram, também, que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas de fogo de grosso calibre. No curso dos trabalhos, foi apreendido um carregamento de oito fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia.
O armamento comercializado pelo grupo era adquirido no Mato Grosso do Sul, transportado para Uberlândia, e, posteriormente, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro-RJ.
Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.
Para dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos.
As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.
O trabalho conta com a participação de 850 agentes da PF, que vão cumprir 247 ordens de prisão e 249 de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo. A Justiça Federal também expediu além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes.