A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriu, nesta quarta-feira (29), mandados judiciais contra suspeitos de envolvimento no assassinato de João Gabriel Silva de Jesus, 20 anos. O crime ocorreu em 2018, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá-MT. Segundo as investigações, o jovem foi torturado e morto a mando de uma facção por ser informante da polícia e denunciar ações criminosas praticadas pelo grupo.
O cumprimento dos mandados faz parte da Operação Comando da Lei, que investiga quatro pessoas por suspeita de participação no brutal homicídio.
Duas delas foram presas pela polícia, sendo que um deles é a pessoa que atraiu a vítima para a residência onde ocorreu o crime e trouxe o celular de João Victor para ser vistoriado por outro bandido, que teria uma função mais importante no grupo criminoso e determinou a morte da vítima.
As diligências para prender outros envolvidos que estão com mandado de prisão decretado seguem em andamento. Todos os envolvidos identificados têm passagens criminais.
O grupo vai responder pelos crimes de homicídio qualificado (vingança, crueldade, motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima), ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa.
Execução
As investigações do caso apontaram que João Gabriel foi levado até uma casa no Jardim Eldorado, em dezembro de 2018, onde foi julgado pelo 'tribunal do crime' por, supostamente, repassar informações da organização criminosa para as forças de segurança.
Conforme o delegado Caio Fernando Albuquerque, o rapaz foi torturado, espancado e, posteriormente, atingido com disparos de arma de fogo. O jovem também ainda sofreu lesões por arma cortante no pescoço e no crânio e teve o abdômen dilacerado, o que causou a exposição das vísceras. Os criminosos também amputaram teve uma das mãos da vítima.
O corpo foi desovado em um terreno baldio no bairro Parque Paiaguás, na região do São Mateus, e só foi localizado no dia 21 de dezembro – três dias depois que o desaparecimento de João Gabriel foi comunicado à polícia. O cadáver já estava em estado de decomposição.
Investigação
As diligências executadas pela DHPP, que reuniram dezenas de relatórios, oitivas, checagem de dados, laudos de necropsia e balística, chegaram à identificação de quatro envolvidos diretamente na execução, para atrair e levar a vítima até a cena do crime e na execução do homicídio.
Outras pessoas também atuaram indiretamente com ações acessórias que incluíram a remoção do corpo da casa para levar até o local onde foi desovado, o sumiço da motocicleta usada pela vítima e também aqueles que cuidaram, entre outros detalhes, para dar fim aos veículos utilizados no crime.
“Foi um crime chocante, executado para demonstrar força e medo e passar um sentimento de poder em relação aos executores”, comentou o delegado Caio Albuquerque.