A Polícia Civil em Alta Floresta ((803 km ao norte de Cuiabá) conduziu as negociações de uma ocorrência de cárcere privado e violência doméstica e libertou quatro vítimas que foram mantidas reféns por um homem de 39 anos, durante esta sexta-feira (24), por mais de seis horas. Duas vítimas, de 4 a 12 anos, são filhos do suspeito e uma delas ficou por horas sob a mira de uma arma de fogo. Ele também atirou contra o rosto da ex-mulher, que está hospitalizada.
Na manhã desta sexta-feira, por volta de 9h30, a Divisão de Investigação de Violência Doméstica e Abusos Sexuais da Delegacia de Alta Floresta foi acionada para atender uma ocorrência sobre descumprimento de medidas protetivas envolvendo supostamente uma adolescente de 15 anos e tendo como suspeito seu pai.
Ao chegar à residência, localizada no bairro Jardim Imperial, os investigadores foram surpreendidos com gritos e três disparos de arma de fogo vindos do interior da residência. Os policiais avistaram o suspeito agredindo a ex-esposa, de 39 anos.
Para impedir a continuidade da agressão, os policiais fizeram dois disparos, o que fez com que o homem se desvencilhasse da vítima. Ela conseguiu sair do interior da casa junto com uma criança, que é seu sobrinho, e foi socorrida pela equipe policial. A mulher foi encaminhada imediatamente ao Hospital Regional de Alta Floresta, atingida gravemente com um disparo no rosto.
O suspeito permaneceu dentro da casa e tomou como reféns seus dois filhos menores, de 4 e 12 anos, os trancou na residência e fechou o portão eletrônico. A partir deste momento, os investigadores isolaram o perímetro e solicitaram reforços de equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Negociação e rendição
O delegado Vinícius Nazário e o investigador Márcio iniciaram as negociações, acompanhado dos demais policiais civis e militares. Durante quase seis horas, os profissionais mantiveram diálogo com o suspeito, a fim de resguardar a integridade das crianças. Por volta do meio dia, o homem liberou o filho mais novo e manteve o de 12 anos como refém.
Por várias vezes, os policiais avistaram o suspeito apontar uma pistola calibre 765 para a própria cabeça e também à cabeça do próprio filho, demonstrando que sua intenção seria matar a criança para se vingar da ex-esposa e depois cometer suicídio.
Após o período de negociação e aproveitando o momento em que o suspeito foi ao banheiro, os policiais planejaram uma entrada tática na residência. Enquanto o delegado mantinha conversa com o suspeito, policiais militares e civis se posicionaram para entrar no imóvel. No instante em que a criança ficou distante do pai, rapidamente as equipes conseguiram retirar o menino e manter o suspeito confinado no banheiro.
Novamente, após negociação, ele entregou a arma de fogo ao delegado e abriu a porta do banheiro para que os militares efetuassem a prisão e o conduzissem à delegacia. A negociação foi encerrada por volta das 15 horas.
O suspeito foi autuado em flagrante pela Polícia Civil pelos crimes de tentativa de feminicídio, porte ilegal de arma de fogo, cárcere privado e descumprimento de medidas protetivas.