O DataSenado e o Interlegis lançaram o site Panorama do Legislativo Municipal, repositório digital com informações sobre as câmaras de vereadores de 5.568 municípios brasileiros. O site detalha o número, gênero e escolaridade dos vereadores e funcionários, além do Orçamento anual, de cada casa legislativa.
O lançamento oficial aconteceu quinta-feira (26), durante a 20ª Marcha dos Vereadores, em Brasília, organizado pela União dos Vereadores do Brasil (UVB).
Os dados podem ser visualizados em formato de painéis e estão disponíveis para download, o que aumenta a transparência e facilita o acesso às informações por qualquer cidadão. É possível também comparar os números entre municípios e checar informações a partir do ano 2000.
Há também dados sobre cada um dos municípios, como população, expectativa de vida, produto interno bruto (PIB), PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH Municipal), medida composta de indicadores sobre longevidade, educação e renda.
Um dos idealizadores do projeto, David Varchavsky, coordenador de Planejamento e Relações Institucionais do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), explica que a ideia surgiu a partir da tentativa de se fazer um censo do poder legislativo municipal. Segundo ele, a equipe do DataSenado encontrou dificuldades para viabilizar o projeto e sugeriu, em vez do censo, que as informações fossem retiradas das bases de dados do próprio Interlegis, do TCU (Tribunal de Contas da União), do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
— São dados que podem ser úteis à imprensa, ao público acadêmico e aos próprios vereadores, prefeitos e governadores. Há um leque grande de informações que podem embasar políticas públicas e ajudar a conhecer o próprio estado. Às vezes, nem o governo estadual tem os dados compilados dessa forma — afirma David.
Segundo o chefe do Serviço de Gerenciamento de Sistemas (SEGS) do DataSenado, Florian Augusto Madruga, o que motivou o desenvolvimento da plataforma foi a atuação do Interlegis junto às câmaras municipais, sua atividade fim. Ele ressalta que foram quase dois anos de trabalho devido à complexidade do projeto.
— A gente observou que um segmento que tem se expandido é a visualização de dados. Como nunca tinha realizado um trabalho com essas características, a gente precisou testar várias ferramentas. O processo de mapeamento das bases de dados foi longo e houve a produção dos gráficos e a concepção de identidade visual. E a pandemia deixou mais longo o projeto — diz Florian.