Vou repetir, eu estou falando de mim. Eu que ainda tenho muito o que evoluir, aprender, etc, etc.
Um dia um conhecido me ofereceu a possibilidade do perdão total. Da cura das dores, do esquecimento dos traumas, confesso que busquei, hein?! Religião, meditação, cursos, remédios, busquei…
Tudo funcionou, mas em partes, a dor, a saudade e a culpa continuavam.
O chicote sempre voltava pesado nas minhas costas, mulher de pouca fé, fraca, imatura.
Até que certo dia em uma sessão de terapia meu psicólogo me perguntou, será que tem cura mesmo?
Não seria o caso de olhar todas essas ‘faltas’ e ACEITAR que elas fazem parte?
Parecia que uma tonelada tinha saído de cima dos meus ombros. Essa dor, essa culpa, essa saudade, esse medo, essa dúvida, me construíram, me fizeram mais humana, mais forte, mais viva. Quando olho pra tudo isso com coragem, autocompaixão, amor ao invés de tentar curar, elas tomam seus lugares.
Como curar a falta de uma mãe, um pai, um irmão, um tio, um avô, um filho, um amigo, um estupro, um abuso?
Não cura. Mas se ajeita aqui dentro.
O tempo dá o peso correto pra tudo. Sair da ilusão da cura e abraçar as dores e as imperfeições é libertador. Olhar as experiências e os encontros se perguntando para que, ao invés de por que.
Estamos de luto, por um familiar, por uma amiga (que faria aniversário hoje), pela empresa que fechou, pelos 570 milhões que partiram e nós ficamos.
Olhe pra essa dor e continue caminhando, existe um plano de Deus nas nossas vidas, você nunca está só.
Peça ajuda.
CVV188