Plantão Policial

PJC apura que dinamites foram levadas para garimpo ilegalmente; dois morreram

As investigações que apuram as causas da explosão que resultou na morte de duas pessoas em um garimpo no município de Guarantã do Norte (745 km de Cuiabá-MT) apontaram que as dinamites foram levadas para o local clandestinamente. A Polícia Civil apreendeu 300 quilos de emulsões e mais de mil metros de cordel detonante no garimpo.

O acidente que matou a empresária Daniella Trajano Dalffe, 28 anos, e o presidente de uma cooperativa de garimpeiros, Mário Lucier Caldeira, 49 anos, ocorreu em 20 de agosto. Outras três pessoas sofreram queimaduras e ficaram gravemente feridas devido à explosão.

Conforme a apuração realizada até o momento, as pessoas que estavam no garimpo no momento da explosão manuseavam um solvente inflamável –thinner – para apagar os códigos de rastreio que constam nas emulsões e nos cordéis detonantes.

Os dados são obrigatórios em todo material explosivo e servem para rastrear a carga desde a origem até o destino final do material, que tem o uso controlado pelo Exército Brasileiro.

Segundo a polícia, a supressão dos códigos foi feita para evitar que o material fosse rastreado e pudesse, assim, ser vendido no mercado clandestino. “As cargas de dinamite não deveriam estar em Guarantã, foram movimentadas clandestinamente. O rastreio desse tipo de carga tem uma rota traçada, não pode ser desviada”, explicou o delegado Victor Hugo Caetano Freitas.

Explosão 

O atrito entre o solvente e o cordel ocasionou a explosão, contudo, estas informações serão confirmadas com o laudo da Perícia Oficial do Estado. Duas ou três bananas de dinamite também explodiram e as pessoas que estavam mais próximas do material sofreram os danos fatais.

O cordel é flexível, com um núcleo de material explosivo, e pode ser utilizado para iniciar explosivos como reforçadores, encartuchados e bombeados e como linha mestra para iniciar detonadores não elétricos. 

O delegado Victor Hugo ressalta que se houvesse a explosão das emulsões de dinamite, a tragédia poderia ser de maiores proporções. “O cordel é um material mais sensível e no atrito com o solvente químico houve a reação. Ocorreu a explosão de duas ou três dinamites, mas se houvesse explodido mais, teria ocorrido uma hecatombe”, afirmou. 

Relatórios do Exército Brasileiro sobre o rastreio do material explosivo e o da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, sobre a detonação da dinamite e dos cordéis, serão anexados ao inquérito policial e vão subsidiar a investigação. 

Na próxima semana, o delegado vai ouvir o proprietário da empresa que comercializou o material explosivo e uma das pessoas que estava presente no local no momento da explosão.  

Detonação 

Uma equipe da Divisão Antibombas, da GOE, foi a Guarantã do Norte no dia seguinte, após a explosão no garimpo, para fazer a detonação do material apreendido pelas equipes policiais. 

Após levantamento criterioso do material e de procedimentos de segurança para que as equipes policiais pudessem dar continuidade às diligências investigativas no garimpo, a equipe da GOE fez a  detonação, com segurança, dos 300 quilos das emulsões de dinamite e dos cordéis, em uma área na região rural de Guarantã do Norte.

 

 

Redação

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