Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
(Luis de Camões)
Eu cantarei o amor com tal ternura,
que as rosas beijarão os seus espinhos,
os Homens deixarão de ser mesquinhos
e as feras passarão a ter candura;
e cantarei de forma doce e pura,
do modo que só cantam passarinhos
ao despertar, no colo de seus ninhos,
após o sol romper a noite escura;
assim eu cantarei até a morte
um canto que aos humildes reconforte,
amenizando a dor do preconceito.
e cantarei em cada trova e verso,
o amor plural – que é belo e tão diverso –
em nome da justiça e do respeito.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.