A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (30), uma força tarefa para desarticular um grupo suspeito de envolvimento em fraudes a licitações e contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos em Cuiabá–MT. Ao todo, a Operação Curare vai cumprir 21 mandados de busca e apreensão na Capital, Curitiba–PR e Balneário Camboriú–SC.
Conforme as investigações, o esquema era voltado para prestar serviços na área de saúde, como plantões médicos, disponibilização de profissionais de saúde, sobreaviso de especialidades médica, comodato de equipamento de diagnóstico por imagem e transporte de paciente, especialmente no gerenciamento de leitos de Terapia Intensiva (UTI) para tratar pacientes com Covid–19.
A força tarefa apurou ainda que a Prefeitura de Cuiabá efetuou pagamentos ao grupo que superam R$ 100 milhões entre os anos de 2019 a 2021.
De acordo com a PF, as empresas envolvidas na operação ofereciam orçamentos de suporte para simular procedimentos de compra emergencial, como se fossem concorrentes. Porém, a investigação demonstrou a existência de subcontratações entre as pessoas jurídicas, que em alguns dos casos, não passam de sociedades empresariais de fachada.
Devido ao agravamento da pandemia, o núcleo empresarial passou a ocupar mais postos chaves nos serviços públicos prestados pela Secretaria Municipal de Saúde e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, assumindo a condição de um dos principais fornecedores do Poder Executivo Municipal.
Além das ordens de busca, a Justiça Federal também determinou medidas cautelares de suspensão de contratos administrativos e de pagamento “indenizatórios”, bem como de suspensão do exercício de função pública. Os secretários de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, e o interino da Secretaria de Gestão, Alexandre Beloto, foram afastados de suas funções.
Nome da Operação
O nome da força tarefa remete a substâncias tóxicas que produzem asfixia pela ação paralisante do sistema respiratório, cuja origem é associada ao conhecimento tradicional indígena.
Na medicina, fármacos curarizantes são empregados em unidades de terapia intensiva, auxiliando o procedimento de intubação.
Outro lado
Por meio de um comunicado, a Prefeitura de Cuiabá informou que aguarda a conclusão das investigações e que acatará todas as decisões judiciais referentes ao caso.
“A Prefeitura de Cuiabá informa que:
– O prefeito Emanuel Pinheiro é o principal interessado na elucidação de toda e qualquer investigação e vai acatar as determinações judiciais.
– A gestão preza pela transparência e se coloca a inteira disposição da Justiça."