Opinião

Inferno e paraíso

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!

(Florbela Espanca, Fanatismo)

 

De tanto procurar-te ando perdida,

nem vejo mais o teu formoso rosto,

pisando pedras, farpas, por suposto,

perambulando ao léu, sem ter guarida.

 

Buscar-te sempre além – a minha lida –

a saga que o destino tem me imposto,

peregrinar tão só, de agosto a agosto,

sentindo uma saudade desmedida.

 

E todos me perguntam por que andejo

se perambulo tanto e não te vejo,

nem vejo nunca a luz de teu sorriso.

 

Respondo então que amar é mesmo assim,

é mel e fel, princípio, meio e fim,

é luz e breu, inferno e paraíso.

 

Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua PortuguesaSeus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.  

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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