A vereadora Edna Sampaio (PT) apresentou nesta terça (8) à Câmara Municipal de Cuiabá projeto de lei que proíbe a realização de eventos esportivos de caráter internacional na capital enquanto 70% da população cuiabana não for vacinada contra a Covid-19.
A parlamentar fez críticas à realização da Copa América em Cuiabá, onde já está prevista a ocorrência de cinco jogos da primeira fase da competição, na Arena Pantanal.
A vereadora voltou a cobrar a aceleração da vacinação, apontando que Mato Grosso está em 21º lugar em número de doses aplicadas no país e que Cuiabá imunizou com duas doses apenas 8% de sua população.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, Mato Grosso imunizou 291.043 pessoas com as duas doses da vacina, e Cuiabá, 61.780 pessoas. Até essa terça, a capital contabilizava 2,9 mil óbitos por Covid, e o estado, 11,2 mil óbitos.
Edna citou as várias recusas do governo Bolsonaro em adquirir o imunizante, conforme está sendo comprovado pelos depoimentos da CPI da Pandemia, em contraponto à celeridade com que priorizou o evento esportivo.
"Rapidamente, o governo federal assumiu a Copa América, que vários países se recusaram a fazer, mais uma prova da falta de respeito com a vida das pessoas em plena pandemia; o mínimo que precisamos é garantir essa população imunizada”.
A vereadora problematizou a situação atual, em que a população ao mesmo tempo vive as consequências da pandemia e é favorável a um evento que, por suas próprias características, vai facilitar a aglomeração e a contaminação.
“Um Brasil que defende tratamento precoce sem evidências e que tem, entre os países do mundo, o maior número de vítimas de Covid-19, também vive a esquizofrenia de lamentar seus mortos e defender que a Copa América aconteça por aqui”.
Na justificativa do PL, a parlamentar aponta o crescimento dos casos de Covid-19 e o colapso do sistema de saúde. “Aconteceram inúmeras falhas no enfrentamento da Covid-19 no município e sediar um evento esportivo internacional com menos de 70% da população vacinada é querer contar com a sorte e negar a existência de uma pandemia”, diz um trecho do documento.
“Parece que está tudo bem, mas quem chora seus mortos, quem sabe do desemprego, da falta de renda, sabe muito bem que não está tudo bem”, avaliou.
“Dizem que são os comunistas que sofrem de delírio e eu digo que, na verdade, são os militantes da extrema direita que deliram completamente sobre a realidade que vivemos”.