Opinião

Penélope

Os fios do meu ser eu mesma cardo e urdo,

e teço o meu viver com muitos pontos, laços,

tramando, sem cessar, os íntimos espaços,

embora esqueça alguns, prossigo e não me aturdo.

 

Eu não me importo, não, se eu urdo ou se desurdo,

e sigo o meu viver, tecendo os próprios passos,

se necessário for desmancho, sim, refaço,

neste fazer sem fim de meu destino surdo.

 

E faço sem cessar a minha tessitura,

teço na luz do sol, no breu da noite escura,

sem nunca descansar ou demonstrar cansaço.

 

Coloco em meu tecer as sedas da poesia,

dos sonhos, da ilusão, saudade e nostalgia,

mas se preciso for teço com fios de aço!

 

 Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua PortuguesaSeus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias,  revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.  

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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