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Produção de vacina está parada e ritmo da imunização pode diminuir, diz governo de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo João Doria (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (14) que o processo de produção da Coronavac está totalmente parado devido a falta de insumos e que ritmo de imunização no estado de São Paulo pode diminuir.

Segundo o Instituto Butantan, há 10 mil litros dos insumos da Coronavac na China à espera de autorização -o material corresponde a cerca de 18 milhões de doses da vacina. O material permanece parado em meio a uma crise diplomática causada por críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à China.

Nesta sexta, o Instituto Butantan entregou o último lote da Coronavac, de cerca de 1 milhão de doses. Com isso, não há mais entregas previstas até a chegada dos insumos novamente, o que não há previsão de acontecer até o momento.

"Quando vamos parar? Nós esperamos de fato que o programa estadual não pare. Podemos diminuir o ritmo, mas nós até esse momento não paramos", disse a coodenadora estadual de imunização, Regiane de Paula.

Até o momento, há vacinas para os grupos anunciados até o próximo dia 21, que inclui pessoas com comorbidades e deficiência permanente entre 45 e 49 anos. "Temos vacinas para fazer essas entregas conforme foram comprometidas", disse Regiane.

A coordenadora de imunização também relatou frustrações sucessivas em relação à vacina da AstraZeneca/Oxford, que no Brasil está a cargo Fiocruz. "Só para vocês terem uma ideia, nessa semana nós tínhamos a expectativa de receber quase 1 milhão de doses da vacina da Fiocruz. Recebemos quase 40% a menos desse quantitativo", disse.

No entanto, o governo paulista afirmou que a Fiocruz recebeu autorização para a chegada de insumos da vacina da AstraZeneca/Oxford, o que vê como um sinal positivo. "Hoje, com essa perspectiva de chegada de IFA, que nós possamos rapidamente começar a produção com esse novo IFA", disse Regiane.

A Fiocruz informou que suspenderá por alguns dias a produção da vacina da Astrazeneca até a chegada de novos insumos.

O governador João Doria responsabilizou o governo federal pela paralisação das autorizações de remessas de insumos para o Brasil. "Todos sabem, temos um entrave diplomático, fruto de declarações desastrosas feita pelo governo federal contra a China e isso gerou um bloqueio por parte do governo chinês da liberação do embarque dos insumos", disse Doria, que fez um apelo aos chineses e disse que os brasileiros não pensam como o presidente Jair Bolsonaro.

No início do mês, em um novo ataque à China, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que o país asiático teria se beneficiado economicamente da pandemia e afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório -ecoando tese que não encontra respaldo em investigação da OMS sobre as possíveis origens do vírus.

Questionado sobre eventuais instrumentos contratuais para garantir as doses compradas, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o primeiro contrato com a farmacêutica chinesa Sinovac, de 46 milhões de doses, acaba de ser cumprido com apenas 12 dias de atraso. Já o segundo, de 54 milhões de doses, está começando agora.

"Neste momento o que se atrasa é a previsão. Tinha a previsão de se entregar em maio 12 milhões de doses, vamos entregar um pouco mais de 5 milhões. Em junho, tínhamos a previsão de 6 milhões de doses. Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos cumprir, recuperar o cronograma de maio e cumprir o cronograma de junho", disse Covas.

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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