Opinião

Não usemos os mortos para morrer

Nestas últimas semanas tenho estudado, refletido e conversado sobre ‘projeção’, o que é isso? De acordo com Freud, ‘quando Pedro fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo’, o outro é na maioria das vezes um espelho, e não só o outro, as situações também, o mundo me fala de mim o tempo todo. Por que falar sobre projeção em um momento como esse? Sinto que é tempo de decidir porque quanto mais vejo profundamente quem ‘estou’, chegar ao ‘quem sou’ leva uma vida inteira, mais trago significado para este dia, encontros e ao que me acontece ‘agora’. Nada nos acontece por acaso, nestes tempos de aprendizado tenho escutado e visto cada história impactante que olho para o céu, agradeço e abaixo a cabeça com um sentimento de compaixão. O que está nos acontecendo agora vai ser a maior prova coletiva da nossa geração. Existem 7 bilhões de histórias únicas acontecendo neste momento, chamados únicos para curar, perdoar, amar e evoluir. Não vamos usar a Covid para duvidar, sentir raiva, se deprimir, desistir, não vamos projetar nos mortos a ‘nossa’ vontade de morrer. O que a covid está te convidando a olhar? Vou te contar de mim, ela me convida a ser mais responsável com dinheiro, a confiar em todos os encontros aprendendo com cada um, a cultivar relações de amor no dia-a-dia, a refinar meus sonhos (a casa de 1 milhão virou o sonho de morar em uma comunidade com amigos), a estabelecer limites claros (o botão do foda-se continua ligado), a pedir ajuda, etc, ect. Quais tem sido as suas projeções? Olhe para elas e se torne responsável pelo seu próprio sentir.

Quero terminar com uma reflexão de Luis Carlos Lisboa que me acompanha há muitos anos: “Não basta esperar que um novo tempo amadureça. Nós somos esse tempo que se transforma e renasce dos restos de um tempo que se acaba. Quando espero que o milagre aconteça fora de mim, sou parte do tempo antigo que resiste às mudanças. Mas se vivo por inteiro essa existência, com as cores e as formas que ela toma para me enganar, sou parte da transformação, que se ensaia, e que está sempre mudando cada coisa, devagar.”

Fique bem, se cuide e se faça feliz.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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