Você viveria este dia duas vezes? Nietzsche nos presenteou com esse rasgo de consciência muito tempo atrás. Recentemente assisti um filme em que o ator ficava revivendo o mesmo dia até conseguir ‘arrumar’ todas as falhas e conseguir se casar com a mulher da vida dele. Desde então, e principalmente nessa pandemia quando o fim pode ser amanhã, tenho utilizado esse exercício no início do dia e no final. No início me pergunto, como quero me sentir hoje, apesar de? Apesar da dor e saudades quero cultivar generosidade e alegria, e ao final olho para o meu dia e me pergunto o que foi bom e o que mudaria? Se responsabilizar pelo próprio dia se torna cada vez mais urgente, tempos de tanta dor e incerteza faz com que as prioridades mudem, o mundo que nasce é um convite a curar o passado, agradecer e viver o que temos hoje, ‘acontecer’ na vida como cada céu que amanhece, nunca igual, mas cheio de convites. Deixa eu te contar minha última experiência, pintei o cabelo de loiro, detestei, fiz luzes invertidas e continuei detestando, cortei bem curto. Um cliente de coaching muito sensível e especial me olhou na câmera e observou, cortou o cabelo de novo? Cortei, respondi e logo emendei, eu ia passar a máquina mas não tive coragem. Ele parou, me olhou por alguns segundos e disse: tem coisas que a gente tem a coragem de fazer UMA vez na vida. Fiquei com aquilo ecoando em mim, no outro dia fui e raspei a cabeça. Voltei correndo para casa pois haviam me dito que a sensação da água batendo na cabeça sem o cabelo é incrível. Fechei os olhos e senti aquela água tocando minha pele, como um carinho em toda a cabeça. Acordei no outro dia e quando me olhei no espelho fiquei emocionada, parecia que nunca havia enxergado meu rosto realmente, meus olhos, minha energia. Me sinto mais livre, sexy, feliz e FODA. Tenho sentido muita paz dentro de mim e quando tenho os momentos de tristeza eu os acolho, respeito e transformo. Eu estou aqui, não fugi. Fique bem, se proteja e se faça feliz.