Nacional

Covid-19 persistente acarreta perda de cabelo reversível

Um dos efeitos sentidos em pessoas acometidas pela chamada covid-19 persistente é a queda de cabelo, mas, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o cabelo costuma voltar a crescer. A perda ocorre, em geral, depois da resolução da doença.

 A presidente do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, Fabiane Brenner, explicou hoje (16) à Agência Brasil que, nas pessoas normais, o cabelo tem um ciclo. “Cada fio fica crescendo por mais ou menos seis anos, entra em uma fase de repouso em que vai cair e ser substituído por um fio igual a ele. Isso deve acontecer de forma aleatória no couro cabeludo, sem que se perceba efetivamente redução do volume geral”, disse a médica.

Segundo Fabianne, no caso de uma infecção importante, como a covid-19, e de diversas outras doenças, de um estresse importante, muitos fios vão entrar nessa fase de repouso do crescimento. “Só que eles [fios] só vão cair entre dois a três meses depois do evento.”

A perda de cabelo ocorre ainda com outras infecções. Não é uma particularidade da covid, acrescentou a médica. Em infecções graves, como pneumonia, a pessoa pode ter queda de cabelo dois ou três meses depois. Trabalhos realizados por pesquisadores estrangeiros revelam que, na covid-19, a queda é muito mais precoce do que nas outras doenças. “Na covid, a gente já vê ali, com seis a oito semanas, um aumento da queda.”

As causas são diversas, e a febre alta é uma delas. “Pacientes que têm mais febre ou mais repercussão da covid têm mais queda de cabelo consequente.” A própria infecção, a redução do oxigênio nos pacientes que têm dificuldade respiratória reduz a oxigenação do folículo capilar e podem justificar essa alteração e a queda de cabelo, informou Fabiane.

De acordo com pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia, que analisaram dezenas de estudos sobre o tema, com um total de 48 mil pacientes, os cinco sintomas mais comuns da covid-19 prolongada são: fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e falta de ar (24%).

Fabianne Brenner confirmou que um a cada quatro pacientes que têm covid com sintomas estabelecidos, excluindo os assintomáticos, apresenta queixa de queda de cabelo 60 dias depois do evento. A tendência, contudo, é recuperar os fios. “Não é uma queda cicatricial, isto é, não deixa cicatrizes. O paciente vai ter uma perda abrupta, mas esse cabelo vai se recuperar na sequência.”

A dermatologista destacou que acaba havendo mais uma reposição dos fios. “Como caíram muitos fios, eles demoram a recuperar o volume. O cabelo cresce, mais ou menos, 1 centímetro por mês. Ao final de 75 dias, que é a média, ou ao final de três meses iniciais, eles [os fios] acabam voltando na sua densidade e, como vão voltar curtinhos, demora a preencher o volume do rabo de cavalo, em uma mulher.”

Entretanto, advertiu Fabianne,  se o paciente tiver doenças prévias ou alteração anterior no couro cabeludo, como uma calvície de base, nesses casos, a somatória de queda de cabelos da covid-19 pode deixar realmente o couro cabeludo muito aberto. Nessas pessoas, é mais difícil recuperar os fios, porque já tinham doença de base. “Como caíram muitos fios, eles voltam um pouco mais finos e, aí, o couro cabeludo não recupera 100% do que tinha antes da crise.”

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus