A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), duas operações para coibir a exploração e o comércio ilegal de ouro na Grande Cuiabá e em municípios no interior de Mato Grosso. No total, a Justiça Federal expediu 22 mandados, sendo quatro de prisão temporária e outros 18 de busca e apreensão.
A primeira força tarefa, denominada Operação Ouro Sujo, está sendo realizada nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda (540 km e 450 km da Capital, respectivamente). Nas duas cidades, os agentes de segurança cumpriram cinco ordens de busca e apreensão e prenderam três suspeitos de envolvimento no esquema.
Conforme as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões em menos de cinco anos. Em um dos casos, o investigado utilizou as contas bancárias da filha, de nove anos, para movimentar quase R$ 10 milhões em dois anos.
A Justiça Federal também determinou o sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias e até a suspensão das atividades de uma empresa que estaria atuando como se fosse uma instituição financeira clandestina em Pontes e Lacerda.
A segunda ação policial deflagrada hoje foi a terceira fase da Operação Papagaio de Ouro. Cerca de 60 policiais federais cumpriram 14 mandados judiciais, sendo uma ordem de prisão temporária, em Cuiabá, Várzea Grande, Pontes e Lacerda e Peixoto de Azevedo (698 km da Capital).
Essa investigação é desdobramento da Operação Papagaio de Ouro que foi deflagrada em 2020 e prendeu os responsáveis por um garimpo clandestino em Nova Lacerda. A suspeita é de que o bando tenha extraído e comercializado mais de uma tonelada de ouro de forma ilícita.
O objetivo desta etapa da força tarefa é chegar aos responsáveis por adquirir ilegalmente o minério extraído desse garimpo. As investigações principiadas pela Polícia Federal apontam que o ouro ilegal seria “esquentado” através da mistura com o de procedência legal, dificultando o rastreio de sua origem.