De pasto seco a planície alagada, essa é a realidade da Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço (113 km de Cuiabá), que já nem parece a mesma de um mês atrás. Quem conseguia andar a pé sem se molhar por cerca de 100 metros ou mais na baía até há algumas semanas já não consegue fazê-lo agora. A seca que atingia a baía deu espaço à água, que voltou a fluir em direção à baía e aumentou substancialmente a área alagada da planície pantaneira.
O novo cenário é resultado das obras e serviços realizados na região pelo Governo de Mato Grosso, por meio das Secretarias de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e de Meio Ambiente (Sema), como parte de uma força-tarefa para recuperar as condições ambientais e sanar as possíveis causas da diminuição do nível do volume de água da baía.
A chuva nos últimos dias também contribuiu para a efetividade das intervenções realizadas pelo Governo. “Ficamos surpresos ao chegar aqui na baía e ver que o fluxo de água já aumentou em tão pouco tempo. A baía está mais cheia. A chuva que se intensificou nos últimos dias contribuiu, mas com certeza as obras auxiliaram muito nesse processo da retomada da área alagada que a baía está vivendo”, disse a superintendente Ambiental de Obras da Sinfra, Nadja Felfili.
Foram executadas obras emergenciais de limpeza, desobstrução e retirada dos aterros nos principais canais, corixos e pontes de madeira, presentes na estrada municipal do Estirão Cumprido. Eles estão localizados entre o Rio Cuiabá e a Baía de Chacororé e a nordeste da baía, regiões que têm influência na alteração da dinâmica hídrica superficial e subsuperficial e, consequentemente, na diminuição volumétrica das águas na Baía de Chacororé.
O canal conhecido como “a Boca da Baía de Chacororé”, que leva a água do Rio Cuiabá direto à baía, também foi alvo de intervenções do Governo. O canal que antes estava obstruído com terra e matérias orgânicas, que impediam o curso d’água, foi completamente limpo e agora é possível a transposição das águas do rio à baía.
“Com dá para ver, a boca da baía foi completamente limpa e a água está seguindo seu curso natural. Agora este canal não está cheio de água, pois o Rio Cuiabá, neste momento, também não está cheio. Mas dá para perceber que a água já passou aqui, devido às chuvas dos últimos dias, e seguiu seu curso em direção à baía. E esse processo será intensificado à medida que as chuvas aumentarem”, explicou a superintendente.
Além do canal e dos corixos, a retirada das estruturas de aterros e desvios que foram feitos na rodovia municipal, quando da instalação de pontes de madeira pela prefeitura – e que não foram removidos com o término das obras das pontes –, também está auxiliando nesse processo de retomada do fluxo da água em direção à baía.
Com o fim dos aterros, os veículos terão de passar somente pelas pontes de madeira e não mais pelo desvio, o que garante área livre para a passagem de água por baixo da ponte. Ao todo, 13 pontos receberam as intervenções da Sinfra, com o acompanhamento da Sema, além da rodovia MT-040.
Para a superintendente Nadja, as ações executadas já demonstram visivelmente a recuperação que a baía vive. “A baía é um berço de vida, são peixes, aves, vários animais e a própria população que depende dessa baía. Por isso a baia é tão relevante para o nosso Estado. Água é vida e a natureza é sábia. Com um pouco mais de chuva a cheia vai acontecer”, disse.
Apesar da baía ainda não estar com o nível de água de outrora, quando o período de chuvas era mais intenso, a prefeita de Barão de Melgaço, Margareth de Munil, comemorou as ações do Estado, pois a baía vai além de um patrimônio ambiental do município. Representa desenvolvimento econômico e social, de modo que a recuperação da planície alagada é um alento para todos que dependem direta e indiretamente do local, segundo ela.
“A baía é de suma importância para a fauna, a flora, para os pescadores, para o turismo, o comércio e para nossa população. Estou muito feliz de estarmos sendo agraciados com o olhar do Estado para as riquezas de nosso município”, encerrou.