O secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho afirmou que o debate que deveria ter sido travado na audiência pública para discutir a troca do modal de transporte do VLT para o BRT, na quinta-feira (4), se transformou em um "teatro" montado para se fazer a “velha politicagem”.
“Apenas o Governo do Estado se preocupou e respeitou a Assembleia Legislativa ao levar o debate para o campo técnico, com a apresentação do estudo que motivou a nossa decisão de trocar o VLT pelo BRT", afirmou Carvalho.
"Enquanto isso, o prefeito de Cuiabá ficou só no disse me disse, em um jogo de cena com o filho, o deputado federal Emanuelzinho. Ficou claro para todo mundo que o prefeito não estava ali para argumentar, dialogar, e sim para participar do teatro montado por ele e o deputado Valdir Barranco [autor do requerimento], e fazer politicagem”.
Para o secretário, o fato do prefeito de Cuiabá ter ficado apenas os 5 primeiros minutos da apresentação do técnico da Secretaria de Infraestrutura, Rafael Detoni, comprova a "total falta de respeito" com a audiência e o verdadeiro objetivo que era dar voz a todos os setores.
“Foi impressionante como o maior interessado na manutenção do VLT como o modal de transporte, o prefeito, não ficou para acompanhar o estudo técnico. Para debater o que o técnico disse. Para contrapor, para apresentar dados técnicos ou mesmo para questionar. Nós trabalhamos dessa forma aqui no Governo. É preto no branco", disse.
"Nós dialogamos desse jeito, com dados e embasamentos técnicos. Sem isso, só resta a politicagem, o fazer cena e o tumultuar”. Carvalho acrescentoou ainda que ele e os representantes do Estado ficaram até o final, até a última pessoa falar, porque o Estado "estava aberto ao diálogo e para sanar qualquer dúvida".
Manobra política
"Mesmo com toda a manobra realizada por Barranco de convidar para uma audiência virtual e depois só chamar a Prefeitura e a Câmara de Cuiabá de forma presencial, em total desrespeito com as demais instituições, nós nos mantivemos ali”, disse o secretário.
“Foi lamentável a forma como foi conduzida. A audiência pública é concebida para debater estudos técnicos. O que a gente viu ontem foi um teatro montado, mais ou menos como um patrão e um empregado. Você monta todo circo, para que ocorra um jogo combinado entre as partes", disse.
Segundo o secretário, o Governo do Estado foi convidado de forma oficial para uma audiência virtual, pelo deputado Valdir Barranco. "E em nenhum momento o Governo foi comunicado que essa reunião poderia ter sido de forma presencial. Jogo combinado que ficou nítido ao perceber que não tinha ninguém no local de outros poderes ou do município de Várzea Grande”.
Para o secretário, as desculpas dadas pelo parlamentar, de que ele avisou via imprensa que a forma seria “híbrida”, vai contra tudo o que se conhece de educação e respeito entre as relações de dois Poderes.
“Acho que o deputado Barranco está instalando uma nova modalidade de comunicado oficial: o via imprensa. Já imaginou se nós tratássemos dessa forma as respostas aos projetos, emendas e questionamentos dele. Respondêssemos tudo via imprensa?”, questionou.
"Saída honrosa"
Outro fato que chamou a atenção do secretário na audiência foi que o prefeito começou a mudar o discurso.
“Todos perceberam que ele não grita mais aos quatro cantos como fez no início do ano defendendo o VLT. Agora quer defender um plebiscito, ideia trabalhada entre ele e o filho para que encontre uma saída honrosa. Afinal, ele já percebeu que a população aprovou a atitude do governador de dar uma resposta para essa situação", afrimou.
"E as pesquisas apontam que a população vê o VLT como filho da corrupção. Então, como jogo de cena, sabendo que a população vai decidir pelo BRT, agora ele manda a bola para a plateia, gasta dinheiro público em um plebiscito, algo que será em torno de R$ 16 milhões, mesmo sabendo que a escolha não será pelo VLT. Triste isso".