Um estudo feito pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apontou que a taxa de infecção pelo novo coronavírus entre adolescentes e pessoas na faixa entre 20 e 29 anos de idade foi a que cresceu desde julho passado em Cuiabá-MT. Os índices de contaminação aumentaram 1.169% e 844%, respectivamente, conforme o Informe Epidemiológico.
Para se ter uma noção da discrepância dos casos de Covid-19 nas outras faixas etárias, a taxa dos idosos teve uma alta de 347% – menos da metade do índice de contágio das crianças (782%). A taxa de incidência trata-se de uma projeção matemática do risco da população adoecer, com base nos dados preexistentes sobre a doença.
Conforme o estudo, a taxa de incidência por faixa etária revela que a taxa mais elevada é a de adultos de 30 a 39 anos (10.753,5 infectados a cada 100 mil habitantes), seguida por 40 a 49 anos (10.555,9), 50 a 59 anos (9.731,5) e 20 a 29 anos (9.244,9), apontando para o risco maior de infecção por Covid-19 nos indivíduos em idade produtiva, principalmente em adultos de 30 a 39 anos.
Por outro lado, as taxas de incidência por sexo e faixa etária revelam riscos diferentes, sendo mais elevado para o sexo feminino de 0 a 59 anos de idade e para o sexo masculino, a partir de 60 anos.
Entre os casos confirmados de Covid-19 residentes em Cuiabá (46.753) prevalece o sexo feminino (55,0%), tendo, desde o início da pandemia, apresentado a maior frequência. Dentro desse grupo, 247 eram gestantes, o que corresponde a 1,0%.
A idade média é 41,1 anos sendo 25,4% dos casos da doença registrados entre adultos de 30 e 39 anos, tendo o grupo de 20 a 49 anos concentrado 64,8% dos casos; idosos representaram 14,3% (6.698) dos casos; crianças e adolescentes (0 a 19 anos) 6,5% (3.034) do total de casos.
Para a gerente de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, o aumento do número de casos entre crianças e jovens pode ser explicado pelo comportamento da população, que no início da pandemia preservou mais as crianças e conseguiu manter o isolamento social, o que foi se perdendo ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que jovens também se expuseram mais às aglomerações.
Em relação à prevalência de casos entre as mulheres, Flávia afirma que “não existe um fator biológico para isso, o que ocorre é que as mulheres têm mais o hábito de procurarem o médico do que os homens, o que incide nos dados estatísticos”, afirma.