A vacinação contra a covid-19 foi suspensa temporariamente em Manaus após denúncias de que pessoas fora do grupo prioritário estavam sendo imunizadas. A medida foi tomada em reunião de representantes da prefeitura de Manaus e do Governo do Estado com órgãos de controle.
Segundo o MP/AM, a reunião foi motivada na falta de resposta da Secretaria Municipal de Saúde sobre a recomendação dos órgãos de controle, a continuidade da vacinação sem transparência bem como denúncias de que doses da vacina estavam sendo desviadas para serem aplicadas em pessoas fora do grupo prioritário.
Pelo compromisso firmado, a Secretaria Estadual de Saúde apresentará, até as 13h desta quinta-feira, 21, a lista dos trabalhadores de saúde que serão vacinados com prioridade, por unidade, que preste assistência a pacientes de covid-19.
Os critérios para a formulação dessas listas serão: o nível de exposição do profissional ao contato direto com os pacientes, apresentação de comorbidades e a faixa etária, com prioridade para os profissionais idosos.
Entenda
Em Manaus, a vacinação de duas irmãs médicas recém formadas e do filho de um deputado gerou críticas nas redes sociais. Os profissionais foram nomeados para cargo de comissão em decreto na véspera e a no dia da vacinação.
As irmãs e o filho do deputado postaram foto do momento da vacinação, o que levou o prefeito David Almeida a anunciar que ia proibir a divulgação de fotos da imunização.
(Imagem: Reprodução)
O MP/AM, MPC e MPT, em conjunto com a DPU e DPE expediram recomendação às secretarias de Saúde do Estado e do município de Manaus para que priorizem aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade à covid-19 na aplicação das doses da vacina.
"O Ministério Público já está investigando essa situação de vacinação em grupos que não são prioritários, mesmo se tratando de profissionais de saúde. Ontem à noite os órgãos de controle se reuniram com a Prefeitura, e aí já entrando pela madrugada, foi expedida a recomendação para que a Semsa observe, em razão da escassez da vacina as pessoas que serão vacinadas."
Em nota, o TJ/AM informou que "são mentirosas e maledicentes quaisquer postagens que afirmem existir destinação de vacinas contra a covid-19" para a Corte Estadual seus membros.
"Este Tribunal se pauta pela seriedade e responsabilidade e tem plena consciência de sua função institucional, respeitando os princípios republicanos que devem nortear suas ações."