A partir dessa quinta-feira (03) o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha, ficou 5% mais caro. O anúncio do aumento foi feito pela Petrobrás, que a partir dessa data começou a comercializar o produto a R$ 33,89, em referência a um botijão de 13 kg.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás (Sinergás/MT), Alan Tavares, a justificativa da Petrobrás para o aumento é a alta do dólar e os aumentos sucessivos do petróleo no mercado internacional. As perspectivas nos bastidores do setor é que antes do ano terminar há grande possibilidade de um novo aumento.
Alan explicou que esse seria o nono aumento apenas neste ano, todos com média de 5%.
Cada aumento desse reflete em cerca de R$ 1,50 para a Petrobrás, no entanto, sofre um ‘acumulado’ em cada etapa do processo desde a produção, passando pelas distribuidoras, revendedoras até chegar à casa do consumidor final. Nesse caminho é adicionado ao valor já reajustado custo de frete e tributação.
Ainda segundo o presidente do sindicato, no ano, houve um aumento de quase R$ 30 para as revendedoras, porém, devido à crise causada pela pandemia, as empresas que vendem para os cidadãos tiveram que segurar o preço e diminuir a margem de lucro para continuarem a vender.
Nesse período, dos quase R$ 30 de aumento sofridos pelas revendedoras foram repassados ao consumidor final metade desse valor, ou seja, R$ 15. O gás que era vendido numa média de R$ 90 a partir dessa quinta-feira poderá ser encontrado num preço médio de R$ 105, pela primeira vez, batendo a casa dos três dígitos. Alan ressaltou que a margem de lucro das revendedoras que no início do ano girava em torno dos 25%, hoje é de 12%.
Ele ainda ressaltou que apesar dos aumentos do gás de cozinha ainda é uma energia limpa e barata se comparada com outras fontes.
De acordo com o presidente, a média das famílias brasileiras são de 4 pessoas e um botijão de 13 kg, ainda na média, atente essa família por dois meses. Com isso, o especialista explica que mesmo com o aumento, considerando o preço do botijão a R$ 105, o GLP custa mensalmente ao cidadão R$ 52,50.
Especulação
Mesmo após os aumentos sucessivos durante o ano de 2020, nos bastidores os revendedores de gás já esperam mais um aumento ainda dentro deste ano.
Alan Tavares relata que até dia 26 a Petrobrás dever anunciar mais um aumento, que se seguir os anteriores, deverá ser de 5%, fechando 2020 com dez reajustes de preços, quase que um aumento por mês.