As taxas de mortalidade por Aids e de contaminação por HIV em gestantes em Mato Grosso, em 2019, estão acima da média nacional. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados na terça-feira (1º) – Dia Mundial contra a Aids -, apontam o estado como 5º na lista de grávidas infectadas com o vírus e o 10º em mortalidade.
A taxa é de 3,3 casos a cada mil gestantes infectadas no estado, enquanto a média nacional é de 2,8. Das 134.328 mil gestantes infectadas com HIV no país, entre janeiro de 2007 e junho de 2020, 6% são do Centro-Oeste, sendo que Mato Grosso é que mais teve casos na região.
Entretanto, no Brasil, o Rio Grande do Sul é o que registrou a maior taxa: 9,0 casos a cada mil nascidos vivos, seguido de Santa Catarina (5,0), Rio de Janeiro (4,4), Roraima (4,4), Pará (3,7), Alagoas (3,3), Amazonas (3,2), Pernambuco (3,2), Sergipe (3,1), Rondônia (3,1) e Paraná (2,9).
Mortalidade
Mato Grosso está entre os 11 estados que tiveram a taxa de mortalidade por Aids superior ao nacional. Foram 4,4 óbitos para cada 100 mil habitantes no estado, enquanto no país é de 4,1 óbitos por mil habitantes.
O estado com maior número de mortes foi o Pará, com 7,7 óbitos a cada 100 mil habitantes, seguido do, Rio Grande do Sul (7,6), Rio de Janeiro (7,1), Amazonas (6,4), Amapá (5,8), Roraima (5,8), Maranhão (5,7), Mato Grosso do Sul (5,3), Santa Catarina (4,7), Mato Grosso (4,4) e Pernambuco (4,4).
No ano passado, foram registrados 934 casos de HIV no estado e, neste ano, de janeiro a outubro, 650 casos, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial contra a Aids, na terça-feira (1º),
Os casos de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) diminuíram em Mato Grosso, neste ano.
Dia Mundial de Luta contra a Aids acontece no dia 1º de dezembro — Foto: Giphy
Perfil dos contaminados
O boletim traz dados sobre os infectados, como sexo, faixa etária, cor ou raça, grau de escolaridade, orientação sexual e taxa de gestantes contaminadas, no período de 2007 a 2020.
A maioria, que corresponde a 21,1%, tem ensino médio completo e 11,9% cursou entre 5ª e 8ª série.
Um total de 40,1% dos infectados são brancos, 40% pardos e 10,7% pretos.
Entre os contaminados do sexo masculino, a maioria era branca e, entre as mulheres, a maior parte era parda.
Além disso, 51,6% dos casos foram decorrentes de relações homossexual ou bissexual e 31,3% heterossexual.
Entre os homens, há o predomínio da categoria de exposição homo e bissexual. Na região Centro-Oeste apresentou o predomínio da categoria de exposição de homossexual e bissexual sendo 41,5% dos casos. Nas demais regiões o predomínio foi heterossexual.
A maior concentração dos casos de Aids no Brasil foi observada nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos, em ambos os sexos.
IST
O HIV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que não possui cura, porém existe tratamento, que ajuda na diminuição das chances de transmissão, além de evitar que a pessoa desenvolva a Aids. A diferença entre as duas doenças é quando uma pessoa convive com o vírus sem desenvolver sintomas e a Aids é o estágio avançado da infecção.
Com Aids, a pessoa pode adquirir outras doenças a partir da imunidade baixa causada pelo vírus como pneumonia e tuberculose. No Brasil, em 2019 foram diagnosticados 41.909 mil novos casos de HIV e 37.308 mil casos de aids pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam).
Tema em debate
Para promover o debate sobre o tema, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) vai realizar o 1° Simpósio Estadual Virtual de Conscientização de Luta contra o HIV e AIDS, na próxima quarta-feira (9).
Por conta da pandemia da Covid-19, as palestras serão transmitidas através do canal do Youtube da Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso (ESP-MT). O evento começa às 9h e vai até as 17h.