Com três semanas à frente da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o secretário Alan Porto confirmou o fechamento de 19 escolas em Mato Grosso. Do total de unidades de ensino que serão desativas, duas são de Cuiabá e três de Várzea Grande. A confirmação da desativação das escolas foi feita pelo gestor após audiência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na manhã desta quarta-feira (25).
O gestor foi chamado à Casa de Leis para esclarecer dúvidas sobre o fechamento das escolas – que segundo Porto faz parte de um projeto de reordenamento para garantir a qualidade e a melhor infraestrutura para a comunidade acadêmica.
Na audiência, que contou com a presença de deputados, membros do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) e servidores dos Centros de Educação de Jovens e Adultos (Cejas), o secretário negou o fechamento de 300 escolas no estado – fato que havia sido apontado pelo parlamentar Lúdio Cabral (PT).
"O que nós estamos fazendo é um redimensionamento e reordenamento das nossas unidades escolares, que tem como foco uma infraestrutura mais adequada, um Ideb de qualidade e a localização dos nossos alunos", apontou Porto ao ser confrontado de frente pelos deputados presentes.
Para sustentar o fechamento das escolas, o secretário levou à Casa de Leis diversos dados sobre a educação em Mato Grosso comparando as médias do estado com outras unidades federativas. No apontamento de Porto, os índices indicavam maior gasto com as escolas e menor rendimento quando comparado com outros estados.
Contudo, o secretário foi confrontado pelos deputados também quanto à forma adotada pela Seduc diante do fechamento das unidades educacionais. Os parlamentares apontaram baixa transparência no processo, uma vez que as escolas foram comunicadas via documentação que já anunciava a desativação, sem que houvesse diálogo anterior.
"Ora, não há respeito por parte do Governo. O respeito que vocês pedem por parte do trabalhador, da comunidade, do aluno, vocês não praticam. Porque se praticassem, vocês sentariam com todas as comunidades escolares para debater a situação delas e não fizeram isso", afirmou o deputado Lúdio Cabral.
Com cerca de duas horas de duração, a audiência foi marcada por questionamentos dos deputados sobre os possíveis perigos relacionados ao fechamento das escolas e consequente aglomeração dos alunos após transferências dos mesmos para outras unidades de ensino.
Devido à extensão do debate em torno das medidas, o deputado Henrique Lopes (PT) encaminhou ao fim do encontro que uma nova audiência seja realizada com a finalidade de retomar o debate em torno da educação, garantindo assim uma maior discussão sobre o tema.