Opinião

Feliz ano novo

Silêncio ensurdecedor na Sala Vermelha. Nem parece véspera da virada de ano. Na mesa repleta de generais, escuta-se apenas um dedo indicador batendo na mesa incessantemente. É Putin. Na outra mão, uma imagem do Abrãao de Rostóvia, antigo Santo padroeiro das grandes batalhas. O telefone toca. Ele atende.

– Ya?

– It´s time.

Não restava a menor dúvida. A voz teatral, tonitruante, era de Trump. Mesmo antes das palavras de Putin, eles já sabiam o que estava por vir.

– Camaradas. Disparem 4 Poseidons agora.

Um vento gelado e uivante passa pela alma de todos no Kremlin. Poseidon é um drone nuclear de 200 Megatons que são acionados perto da costa e geram tsunamis com ondas de até 30 metros de altura, mais ou menos um prédio de 10 andares de altura. Para se ter uma ideia, a potência da bomba de Hiroshima era de 15 megatons. As sirenes de alerta máximo são tocadas. Escudo anti mísseis nucleares ligados. Toque de recolher e lockdown em todas cidades da Rússia. Generais acendem seus charutos. Wladimir Putin, finalmente sorri.

O Rússia acaba de atacar a China.

O efeito na China é catastrófico. Um Poseidon foi lançado perto de Hong Kong, um perto de Shangai, 2 simultâneos no Mar de Bohai. Mais de 300 milhões de mortos. China dispara seus mísseis. Putin abre uma vodca. A eficácia do sistema antimísseis é comprovada pelas explosões nos céus de Moscou.

No palácio do Planalto parece final de Copa do Mundo. Bolsonaro, empolgado, vai até a janela e solta fogos de 12 tiros. O Hino americano toca sem parar. Mourão solta gargalhadas.

-Mais uma vez eles ganharam a guerra! Mais uma vez! – dispara o General Vice-presidente.

O único que parece meio triste, para não falar apavorado, é Guedes. A pior coisa que poderia acontecer com o Brasil nesse momento seria o desaparecimento da China. A China é o nosso maior parceiro comercial disparadamente. Como faremos com as safras de soja e algodão recordes? Pra quem iremos vender? De quem vamos comprar as bugigangas que aquecem o mercado?

Um clarão nos céus de Brasília interrompe os devaneios de Paulo Guedes. Ele olha incrédulo. De repente, um estalo. A noite vira dia. Gritos de terror ecoam pelas quadras da capital. E silêncio absoluto.

Nenhum barulho. Nada. Apenas o vazio.

Não tivemos a mínima chance. Sem sucesso de ataque aos Estados Unidos e a Rússia, a China resolve transferir toda sua dor e potência para os aliados. Dentre eles, o Brasil. Além de Brasília, São Paulo, Rio, Salvador e Porto Alegre sofreram ataques nucleares. Mais de 100 milhões de feridos. Mortos, ainda não dá pra saber. A ONU assume o governo provisório de um Brasil arrasado. Aproveitando a ajuda da China, a Bolívia invade o Brasil e toma o Acre de volta. Com temor de um conflito sem limites, a Europa entra em cena e cria o “Pacto de salvação do “Novo Mundo””, onde a ecologia deve vir primeiro que a economia.

Além de outras ações de proteção a saúde do planeta, o Pacto desapropria a Amazônia e a divide em quatro grandes blocos: O europeu, o chinês, o americano e o Russo. O governo provisório brasileiro vai arcar com a construção básica das instalações como forma de boas vindas. Serão construídas 10 cidades-desenvolvimento estrategicamente instaladas no coração da floresta para uma melhor exploração das riquezas naturais. É claro que eles também pensaram no bem-estar dos índios. Agora eles, independente da tribo, têm a possibilidade de morar nas cidades-desenvolvimento desde que paguem pelo aluguel das ocas verticais com serviços nas minas de extração.

É. É o humano e essa mania de dinossauro votar no asteroide.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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