A alta nos preços de hortifrútis durante a pandemia teve variação de até 200% em alguns produtos, conforme um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) com base nos preços dos 69 principais produzidos pela agricultura familiar. A pesquisa analisou a primeira semana de março e o mesmo período de novembro no comércio hortifrúti da Central de Abastecimento de Cuiabá.
Mesmo após o início das chuvas e a retomada gradativa do comércio, a crise global de saúde, causada pela Covid-19, ainda afeta o mercado de hortifrutigranjeiros em Mato Grosso, segundo a Seaf.
A secretaria informou que quiabo, abacate, milho verde, jiló, pimenta-de-cheiro, banana-maçã, tomate e batata lisa estão em ritmo crescente nos preços.
De acordo com a análise feita pela técnica da Seaf, Doraci Maria Siqueira, essa alta é consequência ainda da pandemia, pois os produtores têm receio de plantar e não ter para quem vender, já que por muitas semanas o comércio ficou fechado.
Com menos produtos em venda, os atacadistas tiveram que recorrer a outros estados, com custos de frete, os preços dos itens trazidos de fora subiram.
Alta de preços:
- Caixa de 14kg do quiabo subiu de R$ 28 para R$ 85 (aumento de 204%)
- Caixa de 20kg do abacate subiu de R$ 60 para R$ 160 (aumento de 167%).
- Caixa com 15kg de jiló e 8kg de pimenta-de-cheiro subiu de R$ 60 para R$ 130 ambos (aumento de 116%)
- Saca de milho verde, com 45kg, subiu de R$ 50 foram para R$ 100 (aumento de 100%)
- Caixa de 20kg da banana-maçã subiu de R$ 50 foram para R$ 100 (aumento de 100%)
- Caixa de 20kg do tomate subiu de R$ 80 para R$ 120 (aumento de 50%)
- Saca de batata lisa, com 50kg, passou de R$ 120 para R$ 170 (aumento de 42%)
Queda
Ainda conforme o levantamento, na contramão de alta de preços aparece a cenoura. A raiz reduziu 32%. Em março a caixa de 22kg da cenoura era vendida a R$ 60, e neste mês reduziu para R$ 40.
A mandioca e o limão tahiti estão em ritmo de desaceleração de preços. Em setembro o saco de 22kg da fruta ácida custava R$ 100. Nesta semana está ao preço de R$ 50, mas em março passado custava R$ 35. De setembro a novembro o limão reduziu 50%, porém no comparativo de março e novembro, ele está 42% mais caro.
Já a mandioca, que em outubro chegou a ser vendida a R$ 140 a saca de 50 kg, nesta semana está sendo comercializada a R$ 100, mas em março custava R$ 50.
A tendência é que nas próximas semanas, os preços dos produtos produzidos dentro do estado registrem redução, já que a produção local começa a normalizar.
Cotação
A cotação de preços dos principais produtos da agricultura familiar é realizada semanalmente, todas às terças-feiras sempre às 5h. Os responsáveis pelo serviço são os técnicos da Seaf, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Prefeitura de Cuiabá.
A pesquisa de preço é realizada na Central de Abastecimento de Cuiabá, levando em conta o preço mínimo mais comum, além preço máximo dos produtos encontrados nas barracas em três horários distintos durante o período matutino.