Existe uma explicação científica que justifique as reações que a maioria de nós tem diante de uma suculenta torta de chocolate? Por que será que o cheiro bom exalado pela comida ou aquele prato bem ornamentado são tão apreciados e podem inclusive causar a chamada fome psicológica nas pessoas? Comer e beber são experiências sensoriais; vemos o alimento, sentimos sua textura, seu cheiro e finalmente seu sabor. Para completar os cinco sentidos, os estímulos auditivos, como um barulhinho de fritura ou o chiado característico de uma lata de bebida se abrindo, também fazem parte deste conjunto, uma vez que causam diferentes reações nas pessoas. A relação entre essas sensações, o prazer e a aversão, passa por uma das mais sofisticadas funções do corpo humano, a memória. É ela que fornece as informações necessárias para classificar as vivências como registrados de boas ou más lembranças. Os sentidos gustativos e olfativos são chamados de sentidos químicos. Os receptores gustativos são estimulados por substâncias químicas existentes nos alimentos, e os olfativos por substâncias químicas existentes no ar. A gustação é, primeiramente, uma função da língua. O receptor sensorial do paladar é a papila gustativa. Na superfície de cada uma dessas células gustativas existem prolongamentos bem finos que vão em direção à cavidade bucal, que revestem a superfície e permitem o paladar. Muito do que comumente chamamos de “gosto” dos alimentos é, na verdade resultado do olfato, pois a comida, ao ser mastigada, libera certos odores que se espalham pelo nariz. As sensações olfativas funcionam ao lado das sensações gustativas, auxiliando no controle do apetite e da quantidade de alimentos que são ingeridos. Por isso, quando comemos demais, o cheiro da comida faz com que nos sintamos mal, nauseados. Somente a fome não é o tempero do alimento, mas sim o conjunto dos sentidos.