Acrides Marcelo Gomes, 41, popularmente conhecido como ‘Menino Mau’, foi morto com 4 tiros na cabeça na noite de domingo (8), dentro de sua casa, no bairro Lixeira, em Cuiabá. Figura responsável por um dos crimes de maior repercussão na Capital, a ‘Chacina do Altos da Serra’, em 2001, vitimando 6 pessoas. Mas, em sua ficha criminal constava ainda outros 6 homicídios. Condenado a 129 anos de prisão, estava em regime semiaberto desde 2018, usava tornozeleira eletrônica e já era conhecido como pastor após se converter dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE).
De acordo com as informações da Polícia Militar, a primeira a chegar na casa em que ocorreu o crime, testemunha informou que por volta das 20h, ao menos 3 homens armados e encapuzados entraram no local a procura de Acrides. Quando o encontraram, atiraram várias vezes.
Ele caiu ferido no banheiro. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e a equipe médica constatou a morte da vítima. Fontes informaram que ele estava ferido com 4 tiros na cabeça. O local do crime foi preservado para os trabalhos da Perícia Oficial e de Identificação Técnica (Politec).
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil será responsável por investigar a motivação do crime, bem como a autoria. Até o começo desta segunda-feira (9), não havia informações sobre os autores. O caso está em andamento.
Vida no crime
Os crimes do Menino Mau ganharam notoriedade na década de 1990. Um deles foi em 1998, quando tinha 20 anos e tentou matar Joelson da Costa Meira, na porta de sua casa, no Bosque da Saúde. Já em 1999, ele matou o chapeiro Luciano Rodrigues de Magalhães com vários tiros no bairro Planalto.
Em março de 2001, participou da ‘Chacina do Altos da Serra’, episódio em que 6 pessoas foram brutalmente assassinadas. Na época, apenas duas crianças foram ‘livradas’ da morte.
O apelido ‘Menino Mau’ foi dado pelos colegas de crime, devido ao seu comportamento com as vítimas. Ele usava de muita violência e crueldade. Nos casos dos homicídios, por exemplo, chegava a esmagar a cabeça de algumas das vítimas.
‘Más companhias’
Em 2006, já preso e condenado a 58 anos de prisão por 6 assassinatos – ainda não havia sido julgado pela chacina – ele concedeu uma entrevista à reportagem do Jornal A Gazeta. Convertido e atuando como pastor dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), afirmou que ‘não tinha mais saída […] Deus me deu essa chance. Se a pessoa chega coma mente aberta porque não pode se regenerar?’.
Chegou a dizer ainda entrou para o crime por causa das ‘más companhias’ e que usou maconha e pasta base por muito tempo. ‘O mundo do crime é assim. Não se tem perspectiva nenhuma de vida, só de morte. Você se afasta de todos que ama porque não quer colocar em risco, você perde tudo’, declarou.
Regime semiaberto
Em dezembro de 2018, passou do regime fechado para o semiaberto. A motivação foi o bom comportamento e o cumprimento de um sexto da pena. Sendo assim, as cautelares foram importas como o uso de tornozeleira, permanecer em casa entre as 22h e 6h.
Também ficou proibido de frequentar casas noturnas, ingerir álcool, cometer qualquer tipo de infração penal e ainda comparecer em juízo mensalmente para fiscalização.