A mandioca, raiz tradicionalmente cultivada na agricultura familiar, está em escassez em Mato Grosso. A seca prolongada, a incidência de pragas e a pandemia provocaram a queda na produção da mandioca no Estado, e consequentemente causaram a elevação do preço da raiz em 238% em apenas cinco meses.
Em maio a saca de 50 kg da raiz era vendida a R$ 42. Nesta semana, essa mesma quantidade está sendo vendida a R$ 140, conforme aponta a cotação de preços da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), realizada na Central de Abastecimento de Cuiabá, que abastece o comércio atacadista e varejista de hortifrutigranjeiros da capital e região.
Com a falta da mandioca para abastecer o mercado interno, o comércio está tendo de importar de outros estados. “A grande maioria da mandioca que hoje é consumida em Mato Grosso tem vindo do Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás”, comenta a técnica de Desenvolvimento Econômico Social da Seaf, Doraci Maria de Siqueira.
Ainda segundo a técnica da Seaf, outros fatores têm causado também a escassez da mandioca em Mato Grosso. A redução da área plantada e também da produção são outros fatores apontados. “Além disso, para arrancar a mandioca do chão é preciso muita força, e a grande maioria dos produtores familiares não têm condições de adquirir maquinários para isso e estão acima dos 50 anos, tornando a colheita um serviço muito pesado, por ser algo que exige força”, comenta.
Pagando mais caro pela mandioca, os comerciantes da área de alimentação têm evitado de repassar o aumento do produto aos clientes nesse momento. A empresária Priscilla Sá, proprietária da Moinho Espeto, explica que tal decisão é para evitar o ‘sumiço’ dos consumidores pós pandemia, período em que o comércio começa a dar sinal de recuperação.
“Subiu o arroz, a carne, o limão e agora a mandioca. Estamos segurando ao máximo reajustar esses aumentos nos nossos produtos para não espantar os clientes. A previsão junto aos nossos fornecedores é que no mês que vem o preço da mandioca recue e estamos contando com isso para mantermos os mesmos valores dos nossos espetos”, comenta Priscilla Sá.
Cotação
A cotação de preços dos principais produtos da agricultura familiar é realizada semanalmente, toda terça-feira a partir 5 horas, por técnicos da Seaf, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e prefeitura de Cuiabá.
A pesquisa de preço é realizada na Central de Abastecimento de Cuiabá, levando em conta o preço mínimo, mais comum e o preço máximo dos produtos encontrados nas barracas em três horários distintos durante o período matutino.
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Esta regulação é fundamental para garantir a qualidade do preço, evitando crimes contra a economia popular e valorizando o esforço e trabalho do homem do campo.