Cidades

Pecuaristas e empresários discutem retomada de atividades econômicas no Pantanal

Os incêndios no Pantanal mato-grossense estão trazendo grandes prejuízos para a fauna e a flora. E a economia da região também está fortemente prejudicada. Pecuária e turismo são dois setores que desenvolvem os municípios pantaneiros e já calculam as perdas deste ano. 

Neste sábado (19), uma comitiva de senadores, deputados federais e estaduais, secretários de Estado e representante de entidades estiveram em Poconé (a 110km de Cuiabá) para avaliar a situação. 

O pecuarista Leandro Pio da Silva Campos estima que 90% de sua propriedade rural foi atingida pelo fogo dos últimos meses. "A situação é muito crítica. Com os incêndios, os animais se espalharam – há gado há 20 quilômetros da propriedade. Além do solo que está bem prejudicado e em um primeiro momento teremos que, provavelmente, compensar a alimentação dos animais com ração, o que irá encarecer os custos", explica. 

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, afirma que a secretaria está atenta aos desafios enfrentados no Pantanal. 

"Há total apoio do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea MT) em relação ao setor pecuarista e da adjunta de Turismo com os empresário da região. Vivemos um ano de muitos problemas e estamos focados em auxiliar na resolução", diz. 

O Indea MT já está estudando junto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) os procedimentos para a próxima etapa de vacinação contra a febre aftosa na região, que ocorrerá em novembro. 

"Há uma veterinária do Indea auxiliando nos cuidados com animais silvestres e também observando o gado. Sabemos que estão com score baixo e animais muito debilitados terão dificuldade de realizar vacinação. Estamos em contato com o Ministério para avaliar se precisaremos adiar a próxima etapa de imunização ou alterar data", explica Renan Tomazeli, diretor técnico do Indea MT. 

Turismo

A pandemia da Covid-19, a maior seca dos últimos 45 anos e incêndios florestais desde julho impactaram o turismo do Pantanal. De acordo com Leopoldo Nigro, presidente da Associação dos Empresários do Pantanal (Adepan), o setor sofre graves danos econômicos. 

"Quando as pessoas estavam começando a procurar locais abertos e pouco povoados para descansar da pandemia, vieram as queimadas. Muitos empresários tiveram 'lucro zero' nos últimos meses. Por outro lado, houve uma grande união de empresários e pecuaristas, somado ao trabalho do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, que auxiliou este trabalho", afirma.

A guia local e empresária Eduarda Fernandes Amaral vive há cinco anos no Pantanal. Apaixonada pelo bioma, sabe que as queimadas são recorrentes, mas nunca soube de tão grandes proporções. 

"É uma situação desoladora e catastrófica, mas agora quero focar no que podemos fazer. É urgente a criação de uma brigada de incêndio no Pantanal, fazemos uma parceria entre governo do Estado e população local para que todos entendam que precisam cuidar e como devem fazer isso. E uma base para atendimento a animais silvestres, que sofrem com queimadas, atropelamentos e outros", explica. 

O fim da temporada turística no Pantanal é em setembro e o representante dos empresários Leopoldo Nigro acredita que na próxima, em abril de 2021, a região estará pronta para receber os visitantes .

Enquanto os turistas não vem, a secretaria adjunta de Turismo trabalha para dar suporte à retomada. Em outubro, inicia uma rodada de negócios on-line para vender odestinos mato-grossenses. 

"As pesquisas apontam que os turistas não farão viagens a destinos distantes. Então, este é o momento de empresários dos atrativos turísticos e agências de viagens se conhecerem melhor e incentivarem os viajantes a conhecerem nosso Estado", afirma Jefferson Moreno, secretário adjunto de Turismo.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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