O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou a dimensão das queimadas que assolam os três biomas de Mato Grosso, atingindo quase 20% do Pantanal e que avança no Cerrado e na Amazônia. Devido à fumaça que dificultou a visibilidade, o avião com a comitiva presidencial, que desceu em Sinop (477 km de Cuiabá), nesta sexta (18), arremeteu dando um susto nos passageiros.
“Estamos vendo alguns focos de incêndios pelo país, isso acontece ao longo de anos e temos sofrido uma crítica muito grande porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, melhor interessa para os nossos concorrentes naquilo que temos de melhor que é o nosso agronegócio”, disse em discurso, sob aplausos. O chefe do Planalto também fez questão de ressaltar, por diversas vezes, a importância do agronegócio para o Brasil.
Alvo de críticas de liderenças internacionais devido a falta de políticas de combate às queimadas, o presidente acredita há intenção de difamar o Brasil. “Países que nos criticam não têm problemas de queimadas, pois já queimaram tudo no seu país”, disparou.
Bastante aclamado pelas pessoas que acompanharam o discurso, ele também criticou a demarcação de novas terras indígenas o que considera “inadmissível” e fez referência a governos militares que impulsionaram a ocupação da região – que considera ser “o coração do Brasil” – na década de 1970.
Ele também disse que voltou a defender o agronegócio em discurso gravado para reunião da Organização das Nações unidas. “É inadmissível ter a quantidade que tem de terras demarcadas. Índios são irmãos, merecem a terra, mas com razoabilidade. Temos que garantir a nossa segurança alimentar e a de 8 bilhões de habitantes. Isso é para quem tem coragem, respeita a terra e o meio ambiente".
Bolsonaro visitou hoje a sede da Inpasa, maior indústria de etanol de milho da América Latina, e participa ainda do lançamento da safra 2020/2021 em Sorriso.
Aclamado
Com falas de saudações aos militares, que lideraram o país durante a Ditadura, produtores que discursaram antes do presidente, lembraram do lema de 40 anos atrás, “integrar a Amazônia para não entregar” e foi entregue a Bolsonaro o título de Cidadão Sinopense. Nesse sentido, o presidente enalteceu “lá atrás no governo (do presidente) Médici ficou o exemplo para quem veio prosperar, vocês são o exemplo e o orgulho do país”, disse a produtores.
Se referiu ao Norte de Mato Grosso, maior produtor da safra de 35,8 milhões de toneladas de soja, como “coração do Brasil, aqui é o lugar que vamos conquistar nossa independência não só econômica bem como aquela perante o mundo que vai passar cada vez mais a nos respeitar”.
Agradeceu a recepção calorosa da multidão que o recebeu no aeroporto e pela cidade de Sinop onde passou. “Não existe satisfação melhor para um político do que ser recebido como fui aqui desde o aeroporto até esse momento”.
A comitiva, teve ministros e integrantes do Planalto, como o de Infraestrutura Tarcísio de Freitas, o deputados federais Neri Geller (coordenador da bancada de MT) e Juarez Costa (MDB), candidato à Prefeitura de Sinop, mais o senador tampão Carlos Fávaro (PSD), que tenta se efetivar na vaga em novembro. Foi recebido no aeroporto de Sinop pela prefeita Rosana Martinelli, os senadores Wellington Fagundes (PL) e Jayme Campos (DEM) e pelo governador Mauro Mendes (DEM).