Cidades

Trabalhadores dos Correios em Mato Grosso doam sangue no Hemocentro MT

Em greve há 23 dias os trabalhadores dos Correios em Mato Grosso realizaram hoje a terceira mobilização em massa da categoria. Só que desta vez a ação consistiu em um ato de solidariedade, a doação de sangue no Hemocentro de Mato Grosso. “Ficamos sabendo que o hemocentro está precisando de doações, com seu banco quase zerado, então resolvemos unir todos para doar”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso (Sintect MT), Edmar Leite.

As portas da instituição ainda não estavam abertas quando, aos poucos, os trabalhadores chegaram para doar sangue. “Estamos em greve em defesa da vida, e doar sangue é doar vida”, disse Anderson Benicio, um dos doadores.  

A carteira Cleide Barbosa, do CDD Vista Alegre, também chegou cedo. Com um sorriso ela animava a todos. "Precisamos ser solidário com os outros e doar sangue é um ato de amor e de empatia", disse. 

Para Anderson Carlini, atendente na agência do Distrito Industrial, doar sangue é importante para ajudar salvar vidas e ajudar o próximo. “É preciso que a população entenda que precisamos ajudar uns aos outros para fazer um mundo melhor”, disse.

Edson Almeida, carteiro no CDD Coxipó, entende que doar sangue é um ato de vida. "Aqui em Cuiabá tá faltando sangue, principalmente por causa da pandemia as pessoas não estão vindo, mas não podemos esquecer que muitos dependem desse sangue aqui do hemocentro, principalmente aquelas pessoas que estão nos hospitais" disse ele. 

A greve

Antes de decidirem pela greve, os trabalhadores ecetistas tentaram  todas as formas de acordo.  A empresa se mostrou intransigente. A última tentativa foi mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) . 

O vice-presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, propôs que fosse estendido por mais um ano o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mantendo os atuais direitos dos trabalhadores, e que os trabalhadores abrissem mão de reposição salarial de 5%, este ano.

A proposta foi aceita pelos trabalhadores, mas a direção dos Correios rejeitou.

A ministra relatora do dissídio coletivo de greve dos trabalhadores nos Correios no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Arruda, proibiu a ECT de fazer qualquer desconto nos salários dos trabalhadores em greve desde o dia 18 de agosto.

Com o corte, cerca de 40% do salário dos trabalhadores foi reduzido.  O salário inicial da maior parte dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1.700,00, o menor entre todas as empresas públicas do Brasil. Contudo,  como categoria organizada, os ecetistas conseguiram uma série de direitos – que foram retirados pela diretoria – e que fazem parte das reivindicações da categoria para voltarem da greve.

Não há ainda data de julgamento do dissidio no TST. 
O jurídico da federação nacional está tomando as devidas previdências para resolver sobre os descontos realizados nos salários de agosto.

Na sua decisão, a ministra lembrou que a greve só foi deflagrada em razão do “impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho 2019/2021”.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintect), Edmar Leite,  a estratégia da empresa é precarizar ainda mais os serviços dos Correios para privatizar a empresa no próximo ano.

Além da manutenção do Acordo 2019/2021, os trabalhadores lutam contra a venda da estatal e por realização de concursos (o último foi em 2011).

Mais informações
Edmar Leite: (65) 98115-5629 
Sérgio (65)99910-9967

Redação

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