Cidades

Indígena com Covid-19 perde o bebê após médico se recusar a fazer parto em MT

Uma indígena de 26 anos, grávida de 38 semanas, diagnosticada com Covid-19, precisou ser transferida para o Hospital Regional de Água Boa, a 736 km de Cuiabá, após a recusa de atendimento do Hospital Regional João Abreu Luz, em São Félix do Araguaia, que fica a cerca de 500 km de onde ela mora, depois de perder o bebê.

O G1 tentou entrar em contato com a Prefeitura de São Félix do Araguaia, mas não obteve retorno.

Conforme denúncia feita pela Operação Amazônia Nativa (Opan), Liliane Xavante chegou ao hospital João Abreu Luiz, que fica sob a gestão municipal, ainda com o bebê vivo no ventre. A recusa no atendimento teria ocorrido sob a argumentação de que o único cirurgião do hospital teria mais de 60 anos e, por isso, integraria o grupo de risco, e não poderia realizar o parto.

Longe do apoio afetivo dos parentes de sua aldeia, a indígena teve que sofrer a perda do filho e a discriminação.

Assim, Liliane Xavante foi transferida para outra unidade hospitalar. Percorreu um trajeto de 500 quilômetros por estradas de terra com o filho morto no ventre. A retirada da criança só ocorreu 72 horas após o óbito, no Hospital de Água Boa.

Os problemas enfrentados pelo povo Xavante têm mostrado que uma pandemia não pode ser derrotada sem os esforços de muitas frentes. Por isso, Ivar Busatto, coordenador-geral da Operação Amazônia Nativa (Opan), ressalta que articulação e diálogo são primordiais. “É preciso trabalho conjunto. O planejamento de uma comunicação mais ampla garantiria o sucesso de muitas ações e combateria discriminações. O desafio está lançado para todos que podem colaborar no enfrentamento dessa pandemia”, afirma.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.