Hoje me inspirei ao refletir sobre um tipo de gratidão elementar, básica, a gratidão alimentar. Acordar, comer, trabalhar, comer de novo, descansar, trabalhar, comer outra vez, descansar e no corre-corre do dia-a-dia nem sempre paramos para pensar na gratidão quanto a nossa alimentação. Isso inclui priorizar a escolha de alimentos mais saudáveis do ponto de vista nutricional, buscar uma alimentação adequada, variedade em nutrientes e, sobretudo, a reflexão quanto a importância de sermos capazes de processar tudo isso. Pensar em alimentação saudável deixou de ser um desejo apenas, é uma necessidade. O corpo tem limites bem claros e definidos, alguns inclusive com influência genética. A alimentação saudável é expressão de auto-amor, auto-estima e alimentação desregulada é sinônimo de auto-desprezo, auto-destruição. Proponho pensarmos no quanto dedicamos tempo e energias refletindo sobre o papel da alimentação nas nossas vidas, em ser grato por processar corretamente os alimentos, por não usar sondas para se alimentar, por poder preparar os alimentos. Mais uma vez a hipótese de a gratidão emergir em contextos críticos faz sentido. Pessoas que passaram momentos de privação alimentar em suas vidas (fome), costumam ser mais gratas a alimentação, evitando, por exemplo, desperdícios. Outras tantas que nunca estiveram sob restrições, tendem a desperdiçar, esbanjar e gastar inutilmente, o que não lhes impõe falta. E há aqueles que, felizmente, aprenderam, mais cedo ou mais tarde, a valorizar a alimentação, de modo a sentir uma espécie de gratidão incondicional. Na dieta da gratidão, você, leitor, reconhece, expressa e retribui ao seu corpo físico o carinho, o amor e a estima.