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Em vídeo, adolescente detalha como ocorreu disparo que matou Isabele

Um vídeo que veio a público nesta sexta-feira (31) mostra um trecho do depoimento da adolescente de 14 anos que matou acidentalmente a amiga Isabele Ramos, da mesma idade, no último dia 12 de julho no condomínio Alphaville, em Cuiabá.

A adolescente prestou o depoimento no dia 14 ao delegado Olímpio da Cunha Fernandes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que à época iniciou as investigações. 

O vídeo, de 3m40s, foi divulgado pelo site HiperNotícias no fim da manhã.

Nas imagens, a adolescente – que está acompanhada da mãe Gaby Cestari – conta ao delegado o que ocorreu no dia da tragédia.

“Meu pai pediu para gente subir com o case (bolsa de acondicionamento de armas) e eu subi. Quando vi a Isabele subindo pro meu quarto, eu fui chamar ela", diz a jovem. O delegado, então, a interrompe e pergunta por que ela foi chamar a amiga.

"Primeiro eu queria saber o que ela estava fazendo e depois eu queria chamar ela para ela levar torta para a mãe dela porque ela tinha brigado com a mãe dela. Daí, eu ia falar para ela levar torta porque a gente fez torta de limão. Eu entrei no quarto, onde ficam as camas. Chamei ela e ela não respondeu. Eu chamei ela no closet, onde ficam os armários, e ela também não respondeu”.

“Quando eu fui bater na porta do banheiro – que fica dentro do quarto – o case caiu da minha mão. Eu fui pegar ele com uma mão, e a arma com a outra. Eu subi elas, e quando eu estava colocando a arma [no case], a arma disparou".

O delegado então pede que ela mostre como ocorreu a queda das armas do case até o momento do disparo.

"Eu fui colocar [a arma no case] e foi a hora que eu levantei [a arma]. E aí eu escutei o disparo", diz refazendo o movimento com um case improvisado pelo delegado.

O policial a questiona sobre se tinha percebido que havia apertado o gatilho. E ela é enfática: "Não".

Depoimento

A narrativa do depoimento foi divulgada pelo MidiaNews no dia 15 de julho. A adolescente revelou ao delegado que é praticante de tiro esportivo, bem como toda sua família e seu namorado. No dia da tragédia, Isabele chegou a sua casa logo após o almoço, por volta das 13h.

O namorado, um adolescente de 15 anos, chegou horas depois em sua casa com duas armas de fogo no case. A adolescente disse que, em determinado momento naquela noite, logo após o jantar, o namorado pediu ao sogro para deixar as armas na sua casa, pois o irmão dele iria buscá-lo e estava com medo de ser parado em uma “blitz”. 

O pai permitiu que as armas fossem deixadas na residência, e elas ficaram sobre o sofá. Horas depois, o pai pediu para que alguém guardasse o armamento, e a adolescente se prontificou a guardá-lo.

Ato contínuo, a amiga seguiu em direção ao seu quarto sem explicar qual era o motivo. Ela  então foi em direção ao cômodo gritando pela amiga. Ao chegar na frente do banheiro, tentou abrir a porta e deixou o case – com as duas armas – cair ao chão.

"Decidiu bater a porta do [banheiro] que, ao soltar uma das mãos, o case caiu no chão, abrindo e expondo as duas armas, tendo uma caído parcialmente fora do case; que neste momento, a declarante abaixou para pegar os objetos, tendo empunhado uma das armas com a mão direita e equilibrado a outra com a mão esquerda em cima do case que estava aberto".

"Que em decorrência disso, sentiu um certo desequilíbrio ao segurar o case com uma mão, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mão direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, já em pé. Neste momento houve o disparo", revelou.

Ela contou que “no susto” chegou a fechar os olhos e começou a gritar o nome de sua amiga […] presumindo que algo teria acontecido com ela em decorrência do disparo.

Redação

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