Anunciada há semanas como medida de combate a pandemia do novo coronavírus, o “kit-covid” não tem data para chegar às mãos do paciente. O Estado enfreta dificuldades para adquirir a medicação e um novo edital de compra será publicado ainda nesta sexta-feira (10), como informou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em live. O gestor ainda afirma que a taxa de isolamento em Mato Grosso é insuficiente para segurar o avanço da doença e quarentena obrigatória de 15 dias não teve os resultados positivos, ainda.
Na primeira live após se recuperar da covid-19, o secretário afirmou que a azitromicina, ivermectina e zinco que compõem o “kit-covid” não são medicamentos que a Saúde têm em estoque e isso tem gerado grande dificuldade para a distribuição. Os valores cobrados pelos produtos estão muito inflacionados e laboratórios não têm capacidade de fornecer a quantidade adequada.
“Já teve fornecedor que fechou contrato e voltou atrás porque não tem como oferecer tudo o que precisamos. Hoje iremos lançar um novo edital de compra, mas ainda não temos previsão de quando ele será distribuído”, esclareceu.
O grupo de medicamentos será entregue aos municípios para distribuição na atenção básica como tratamento precoce aos pacientes que apresentarem os primeiros sintomas. A ação é uma tentativa de evitar que os doentes tenham o quadro agravado e busquem por Unidades de Terapia Intensiva (UTI), pois não há mais vagas no estado, na rede pública e privada.
Figueiredo reafirmou que 204 novos leitos e UTI serão criados nos próximos dias, mas ainda não há data de inauguração. Superado o problema de escassez de equipamentos, o Estado enfrente dificuldades para contratação de pessoal para trabalhar nas UTI’s.
Ele afirma que, até o momento, nenhum paciente da rede pública foi transferido para outros estados, no entanto a medida é uma alternativa cogitada, visto que os leitos mato-grossenses estão 100% ocupados.
O secretário afirma que além dos medicamentos, o Estado irá investir em testes rápidos para triagem de pacientes.
Isolamento
O secretário afirmou que a taxa de isolamento no Estado é muito baixa, principalmente em bairros periféricos. Defende a extensão da quarentena prevista em decisão judicial e que a partir de agora é que os números poderão ser avaliados para constatar se houve efeito positivo ou não. Por hora, os números só aumentam.
“A princípio, os números não mostram nenhuma queda substancial. Pelo contrário, todos os dias temos crescimento. Por isso defendo a prorrogação da quarentena por mais 14 dias. Qual o critério que temos pata abrir? […] Fecha e volta não gera resultado prático nenhum. Precisa de medidas mais duras e teremos que aprender a conviver com o vírus, assim como convivemos com o influenza”, relata o secretário.
Ele descartou criação de hospital de campanha e está com atenção focada na abertura dos leitos anunciados em hospitais da capital e interior.