Alex Vieira Passos pediu exoneração do cargo de secretário municipal de Educação de Cuiabá. Ele é alvo da investigação que aponta lavagem de dinheiro por meio de contrato na Secretaria Municipal de Educação desde 2017. Além de Alex, a pasta teve como secretário Rafael de Oliveira Cotrim, que também é investigado. Vieira já havia sido afastado de forma cautelar do cargo na manhã desta terça-feira (23).
“Entendo o papel do Ministério Público, da Polícia Civil e recebo a decisão com tranquilidade. Eu peço a exoneração do cargo para que o prefeito fique tranquilo e que não prejudique o andamento da secretaria”, disse Passos em coletiva à imprensa.
Ele ressalta que entrou no cargo em março de 2018, quando a obra já havia sido licitada e estava em andamento. “Concluí a obra, pagando e empresa e entregando a Creche Municipal de Educação Infantil (CMEI). Ela começou em 2012 e passou por 3 gestões, nenhuma conseguiu terminar. Nós terminamos e o prêmio que eu recebo é esse”.
Nas investigações, Alex é apontado como sócio da empresa responsável em executar a obra, o que ele negou. “Não tenho nenhuma ligação com a empresa, não recebo dinheiro de lá, não tenho nome. Eu fui sócio, em outro segmento – diferente, de um dos sócios dessa construtora. Não fui eu quem vistei, não pedi, eu terminei a obra que foi iniciada em gestões anteriores”.
Confusão jurídica
Alex ressalta que o contrato era de R$ 2 milhões, nós gastamos R$ 1,4 milhões. “Isso com a sociedade cobrando a obra, que estava abandonada, mato alto, caindo e ainda gastamos menos que o estipulado. Vamos ver o que acontece nessa situação, entre 2012 e 2013 para fazer a nossa defesa”, disse.
"Duplicidade não aconteceu na minha gestão, é de 2012, não tem nada a vê com o outro contrato da nossa gestão, foi feito, pago e licitação. A obra foi concluída em 2018. Ou seja, teve tempo necessário se há superfaturamento", ressaltou. O pedido de exoneração, segundo Alex, é para evitar que no futuro ele seja acusado de obstrução de Justiça.
Busca e apreensão
Busca e apreensão, bem como o bloqueio de bens foram decretados pela 7º Vera Criminal de Cuiabá. Os mandados estão sendo cumpridos na Capital, em Várzea Grande e Campo Grande (MS). Agora, localizar novos elementos que vinculem os suspeitos às empresas, bem como documentos que indiquem a prática de atos ilícitos antecedentes à lavagem de capitais, vez que restou identificado movimentação suspeita de R$ 1 milhão.
As investigações indicam o cometimento dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa, cujas penas somadas ultrapassam os 20 anos de reclusão.
A operação coordenada pela delegada da GCCO, Juliana Chiquito Palhares e o delegado da Deccor, Luiz Henrique Damasceno, responsáveis pelas representações das medidas, conta com a participação de nove delegados de Polícia, 40 investigadores e dez escrivães. Além disso, conta com o apoio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo Armado de Repressão a Roubos a Banco e Resgate a Assaltos (Garras).
Para os delegados titulares das unidades envolvidas, Eduardo Augusto de Paula Botelho e Flávio Henrique Stringueta, a ação conjunta reforça o sentimento de unidade da Polícia Civil no combate à criminalidade.
Origem do nome
O nome Overlap indica a sobreposição de itens licitados, pois as investigações apontaram duplicidade nas licitações identificadas, fazendo com que o município pagasse duas vezes pelo mesmo serviço. (Com informações da Assessoria de Imprensa)