Foi localizada no início da tarde deste domingo (23) a jovem Débora Cristina Gonçalves do Nascimento, 19 anos, que estava desaparecida desde a sexta (21). Débora foi encontrada pela família vagando pelo aeroporto de Várzea Grande. "Nossa, saiu um peso das minhas costas. Eu estava quase morrendo, quase infartando, tenho pressão alta. Não estou nem acreditando ainda. Eu abracei bastante ela. Ela aparentemente está confusa das ideias, está meio boba. Chegou com fome e agora está comendo", relata a mãe da jovem, Silvana Paula, ao Gazeta Digital.
O GD conseguiu conversar com Débora, que falou em poucas palavras sobre o episódio. Questionada sobre o motivo de ter saído de casa, ela explica o seguinte: "A vida tinha perdido o sentido para mim, só perdeu o sentido, vi que minha família não estava mais tão unida, isso faz com que a vida perca a graça. Muitas brigas com a família", disse Débora. A jovem conta que está se sentindo ansiosa e que precisa tomar remédio para se acalmar. "Eu fazia tratamento e parei porque achei que não precisava mais. Já tive uma crise, de fugir não, mas crise de ansiedade na escola, faltava o ar", cita.
Débora saiu de casa na sexta por volta da hora do almoço e não entrou mais em contato com os parentes. A moça também não atendia as ligações. Ela afirma que não teve ajuda de ninguém no período que esteve fora, nem chegou a contar a amigos onde estava. Débora mora com a mãe, no bairro 23 de Setembro, em Várzea Grande e, segundo a família, não costuma sair de casa sem avisar.
Hoje, a família recebeu a informação de que a jovem tinha sido vista sentada no ponto de ônibus em frente ao aeroporto e então o pai, um tio e um amigo foram procurá-la. Além disso, a mãe soube que a filha estava na região do aeroporto porque estava monitorando sua conta no aplicativo Uber por meio do e-mail da menina.
Silvana ressalta que apesar do susto, a filha está bem, mas ainda não conseguiu explicar exatamente o motivo que a fez sair de casa. "Ela disse que estava pensando muita coisa da vida e resolveu sair, não pensava em nada. O primeiro dia ela dormiu num hotel lá perto do aeroporto porque tava com um pouco de dinheiro. Aí o dinheiro acabou e ela ficou no aeroporto porque achou que lá era seguro".
A mãe conta que Débora sofre de ansiedade e chegou a iniciar um acompanhamento psicológico, mas parou de tomar a medicação quando começou a se sentir melhor. Além disso, a jovem teve dificuldades para se adaptar à equipe médica. "Eu comecei levar ela no psicólogo porque ela estava com muita ansiedade, tendo problema de concentração na escola. Levei, mas ela não se adaptou com nenhuma psicóloga, passou por umas 5 profissionais. Começou a tomar remédio, mas depois de um tempo não quis mais", detalha. Silvana diz que episódios como esse nunca ocorreram antes.