O governador Mauro Mendes disse nesta segunda-feira (13) que deseja a permanência de seu vice, Otaviano Pivetta, no cargo. Mas, que entende que o cenário político em Mato Grosso está num “novo momento” e irá respeitar a eventual saída dele para concorrer ao Senado.
"O meu desejo é que ele possa continuar, porque é um grande companheiro, grande político, uma pessoa honesta que tem dedicado e contribuído com o governo. Mas, se for um desejo dele, saberei respeitar isso. Vamos aguardar para tomar as decisões".
É a primeira vez que o governador se manifesta sobre o assunto desde a confirmação de que o vice se articular para concorrer à vaga que será aberta no Senado com a saída de Selma Arruda (PODE), cujo mandato foi cassado em dezembro de 2019 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Até então, Mauro Mendes já tinha declarado apoio à candidatura de Carlos Fávaro (PSD), o terceiro candidato mais votado nas últimas eleições e quem fez parte da aliança que o elegeu ao governo do Estado. Hoje, ele deu um passo atrás e disse que “não é momento” para se pronunciar sobre as eleições suplementares.
“Eu acho que, por enquanto, não é momento para me pronunciar. Tenho que ver melhor o cenário, eu já disse o que penso em função das eleições que aconteceram há pouco tempo, que Carlos Fávaro nos apoiou, que estivemos juntos, e não mudou nada de lá pra cá. Mas, é um novo momento, um novo cenário. Temos que aguardar as definições para tomar as posições".
Pivetta vem se articulando para lançar candidatura ao Senado desde a decisão do TSE, no dia 3 de dezembro. A intenção partiu de um convite de seu partido, o PDT, aproveitando o momento de destaque do filiado como vice-governador.
Na época, o presidente estadual da sigla, Allan Kardec, secretário de Cultura do governo, disse que a decisão deverá ser definida até meados de fevereiro. Eles aguardam a definição pelo TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso) da data da eleição, que deve ocorrer no primeiro semestre.
Pivetta foi o segundo maior doador de dinheiro para a campanha de Mauro Mendes, com o desembolso de mais de R$ 800 mil. Ficou atrás apenas da transferência feita pela nacional do DEM de R$ 2 milhões.
Na semana passada, uma nova frente de conflito abriu-se para o governador Mauro Mendes com a declaração do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), de que o ex-governador Júlio Campos seria o nome “evidente” do partido, caso haja decisão de candidatura própria, para concorrer ao cargo.
Ele ressaltou a preferência de seu colega de partido por Carlos Fávaro, mas com a contraposição de que Mendes não iria interferir na campanha dos democratas.