Política

Analistas dizem que Mendes sai ‘ileso’ de medidas duras no 1º ano, mas precisa definir gestão própria

As medidas pouco populares do governador Mauro Mendes em seu primeiro ano de mandato deverão preparar o Estado para a saída da crise econômica iniciada no Brasil no fim de 2014. Mas, ele ainda precisa apontar a direção de seu próprio modelo de governo.

Ele conseguiu sustentar dois períodos de estado de calamidade financeira, com cortes de gasto no Executivo; modificar as regras do incentivos fiscais, ainda hoje uma pedra no sapato de entidades trabalhistas dos servidores por causa do volume de recurso que o Estado abre de mão; e está em vista de aprovar uma reforma da previdência estadual, o novo atrito com os funcionários públicos.

“O governador surpreendeu porque conseguiu colocar medidas de controle ao que foi descontrolado pelo Silval Barbosa e teve continuidade no governo do Pedro Taques. Ele começou o governo de uma maneira, houve conflito com empresários, principalmente do agronegócio, e com servidores, mas agora isso parece ter acalmado”, avalia o analista político Onofre Ribeiro.

O conflito com servidores veio do plano de contenção fiscal aprovado em janeiro, que suspendeu temporariamente a progressão de carreira e salários dos servidores do Executivo e a correção do ganho pela inflação anual, a RGA. Nas regras do plano, esses direitos serão retomados a partir de 2021.

Ainda no pacote fiscal, as versões 1 e 2 do Fethab (Fundo de Transporte e Habitação) foram unificadas num fundo único, sem prazo de validade e com 65% do recurso arrecadado destinados para áreas que não são expressas na nomenclatura – educação, segurança pública e assistência social.

Em julho, em novo avanço, o governo conseguiu aprovar, em parte, impulsionado pela data limite do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), uma lei que estabelece regras para os incentivos fiscais. A influência de setores econômicos sobre os deputados levou à votação de um substitutivo integral da proposta original.

“O governador saiu ileso, mas não diria que saiu vitorioso, de seu primeiro ano de mandato. Ele teve neste ano a ressalva de que o País ainda não se recuperou da crise, crescemos bem abaixo do esperado. Mas, no próximo ano ele terá que enfrentar a cobrança dos servidores para discutir as medidas impostas e a cobrança da população para mostrar serviço, o que ele quase não fez em 2019”, comenta o cientista político João Edisom.   

A incógnita do governo Mauro Mendes é quanto ao rumo que ações irão tomar a partir do segundo ano. Os analistas avaliam que o assunto não está claramente anunciado pelo democrata, e as demandas continuam concentradas nas áreas básicas.

“Numa reunião recente, o governador disse que o próximo ano será de simplificação e digitalização. São medidas que envolvem redução de pessoal e uso de material material físico, ou seja, menos custo. Mas, acho que isso não é o suficiente. Ele vai ter que decidir a prioridade por uma área, ou educação, ou saúde, ou segurança. É isso que ainda não sabemos”, diz Onofre Ribeiro.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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