A senadora cassada Selma Arruda (PODE-MT) disse ser o bode expiatório de políticos com carreira no Judiciário. A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite desta terça-feira (10) seria um recado para o ministro Sérgio Moro e o procurador da República, Deltan Dallagnol, ambos componentes da Operação Lava Jato.
“Toda guerra tem baixas. Que Deus abençoe que eu seja a baixa dessa guerra. Eu sei que eu sou um exemplo que eles querem dar para Sérgio Moro e o Dallagnol para não ousarem entrar para política. Os ministros que vêm da advocacia disseram que os ministros, em geral, não têm simpatia pelas pessoas que saem da justiça e vão para política. Portanto, a gente sabe que o que aconteceu comigo é um recado para o Moro.”
Selma Arruda divulgou um áudio hoje pela manhã comentando a decisão TSE que a cassou pelo placar de 6 votos a 1 pelos crimes de abuso do poder econômico e caixa 2 na campanha de 2018. Em tom de mágoa, a ex-juíza ressaltou o voto ministro Edson Fachin, o único favorável a ela, com distinção de “juiz não envolvido em corrupção”.
“A única pessoa que leu este processo foi o Fachin. Graças a Deus não foi nenhum corrupto, graças a Deus foi o ministro decente cujos votos honram a todos nós naquele STF (Supremo Tribunal Federal). Vou levar isso para vida”.
No julgamento, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Og Fernandes, de manutenção da sentença do TRE-MT (Tribunal Regional Eleitoral em Mato Grosso) que cassou o mandato de Selma Arruda, de seu 1º suplente Gilberto Possamai e da 2ª suplente Clerie Mendes. Também deixou a ex-juíza inelegível por um período de oito anos.
O TSE determinou ainda que nova eleição para o cargo que fica vago deverá ser realizado em Mato Grosso.