O deputado federal Neri Geller (PP) é investigado em inquérito sobre indícios de ligação entre ato do Ministério da Agricultura (Mapa) e a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara Federal, em 2014.
A informação foi publicada pela revista Veja nesta segunda-feira (9). O caso é investigado pela PGR (Procuradoria Geral da República) com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Geller, que na época era ministro da pasta, baniu em maio de 2014 o uso de vermífugo à base de avermectinas na criação de bovinos. O ato teria impulsionado à venda da J&F de produto alternativo e gerado a quantia de R$ 30 milhões supostamente usada para pagar deputados federais na eleição de Cunha.
O caso foi delatado pelo ex-executivo do J&F, Ricardo Saud, em acordo de delação premiada. Conforme a Veja, a delator diz ainda que a empresa pagava ilegalmente funcionários do Mapa para que fossem publicados atos que favorecessem a empresa.
Cunha teria sido eleito à presidência da Câmara como contraposição ao governo de Dilma Rousseff (PT), presidente cassada.
Neri Geller foi preso, em novembro de 2018, pela Polícia Federal (PF) em desdobramento da Operação Capitu, vinculada à Lava Jato. A ação foi deflagrada em decorrência do depoimento do empresário Lúcio Funaro sobre atos ilegais entre a Câmara Federal e o Mapa. Funaro citou a participação do então ministro no esquema de propinas aos deputados.