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Inca aponta surgimento de mais de 2,7 mil casos de câncer de pele em MT

O câncer de pele é o mais comum e é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. O tumor do tipo não melanoma, o mais frequente no país, deve chegar a 165 mil novos casos diagnosticados, neste ano. Em Mato Grosso, são mais de 2,7 mil novos registros. A alta prevalência fez com que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) iniciasse o movimento “Dezembro Laranja”, para a conscientização nacional sobre o agravo. Em Mato Grosso, serão realizados mutirões de prevenção e detecção da doença em Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Tangará da Serra.

Na capital, o atendimento acontece no ambulatório III, da unidade de infectologia e dermatologia do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), das 8 horas às 14h. Serão efetuados cerca de 300 atendimentos de triagem de lesões cutâneas observadas recentemente, como manchas e pintas, para diagnóstico de câncer de pele. Destas, 200 são destinados a pacientes pré-regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 100 abertos à sociedade em geral. A ação integra a campanha promovida pela SBD desde 2014.

Em Rondonópolis (210 quilômetros, ao sul da capital), a prefeitura da cidade realiza o mutirão, das 9h às 14 horas, no Centro de Especialidade, Apoio e Diagnóstico Albert Sabin (Ceadas). Em Sinop (503 quilômetros, ao norte), o atendimento será no campus da cidade da Universidade Federal (UFMT), a partir das 9h. Já em Tangará da Serra (240 quilômetros de Cuiabá), a iniciativa será na Clínica da Família, das 8 horas até às 12 horas.

De acordo com especialistas, o câncer de pele é considerado um agravo silencioso, sem manifestações diretas de dor nem sintomas e podendo ser diagnosticado em um olhar. Por isso, o monitoramento constante do próprio corpo é muito importante e pode ajudar na detecção precoce da doença. O autoexame deve ser feito a cada seis meses, procurando por pintas, casquinhas, feridas que não cicatrizam e lesões que sangram espontaneamente.

Este tipo de tumor é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de câncer da pele que podem se manifestar de formas distintas, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma – e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura. “Em todos eles, a exposição excessiva e sem proteção ao sol é o principal fator de risco que pode desencadear a doença, que pode se manifestar como uma pinta ou mancha, geralmente acastanhada ou enegrecida; como uma pápula ou nódulo avermelhado, cor da pele e perolado (brilhoso); ou como uma ferida que não cicatriza”, diz Jade Cury Martins, Coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.

Por isso, os especialistas orientam que as pessoas se examinem com regularidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita – o autoexame não substitui a consulta com especialistas. Também é importante que se examine familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não é possível reconhecer sozinho. Ao se expor ao sol, é importante que as áreas descobertas estejam protegidas, mesmo em dias frios e nublados.

Conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tipo melanoma (forma mais grave do tumor) ocorre mais raramente e pode levar à morte. Já o não melanoma (tumor maligno com baixa taxa de mortalidade) é mais frequente em ambos os sexos e menos grave, mas pode causar deformações no corpo. Ambos têm cura se descobertos logo no início.

Em Mato Grosso, o Inca estima 1.250 caos novos do tipo não melanoma entre os homens, e 1.520 nas mulheres para o cada ano do biênio 2018-2019. Esses números correspondem uma taxa bruta de 72,54 registros novos a cada 100 mil pessoas do sexo masculino e, 92,09 para cada 100 mil do sexo feminino. Somente em Cuiabá, são 230 novos casos entre os homens, o que representa uma taxa bruta de 77,43/100 mil, e 370 novas notificações entre as mulheres, com taxa de 117,20/100 mil. No Brasil, a perspectiva é de 85.170 casos não melanoma entre homens; e 80.410 nas mulheres, no mesmo período. Essa quantidade corresponde a um risco estimado de 82,53/100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.

Ainda, conforme o Inca, o câncer de pele não melanoma é o mais incidente em homens nas regiões sul (160,08/100 mil), sudeste (89,80/100 mil) e centro-oeste (69,27/100 mil). No nordeste (53,75/100 mil) e norte (23,74/100 mil), encontra-se na segunda posição. Entre as mulheres, é o mais frequente em todas as regiões do país, com um risco estimado de 97,46/100 mil na região sul; 95,16/100 mil, no sudeste; 92,66/100 mil, no centro-oeste; 45,59/100 mil na região nordeste; e 27,71/100 mil no norte.

Já quanto ao melanoma, sua letalidade é elevada, porém sua ocorrência é considerada baixa: 2.920 casos novos em homens e 3.340 casos novos em mulheres por ano em nível nacional. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres são verificadas na região sul. Em Mato Grosso, a estimativa é de 40 novos casos entre os indivíduos masculinos (2,30/100 mil) e de 20 entre o público feminino (1,48/100 mil).

Para a prevenção do câncer de pele e de outras lesões provocadas pelos raios UV, é necessário evitar a exposição ao sol sempre que possível, principalmente nos horários mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas, sem proteção. Se a exposição for inevitável, deve-se incentivar o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros, camisas de mangas longas e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre. Também é recomendado que durante a exposição ao sol sejam usados filtros com FPS 15 ou mais e que protejam também contra os raios UV-A. Os filtros solares devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicados a cada duas horas ou após nadar, suar e se secar com toalhas.

CONSULTA PÚBLICA – O Ministério da Saúde (MS) abriu consulta pública acerca da proposta de incorporação da terapia fotodinâmica para o tratamento de câncer de pele não melanoma feita pela Universidade de São Paulo (USP). Os interessados têm até o dia 16 de dezembro para se manifestar. As contribuições serão avaliadas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do MS. As contribuições podem ser enviadas por meio desta página: http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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