O aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo (27), vai ser usado pelo PT como construção de uma narrativa contra o modelo de gestão de Bolsonaro e pró-Lula. O partido programa em várias cidades pelo País passeata em feiras livres, praças e outros lugares públicos, de preferência em áreas de periferias.
O deputado estadual Lúdio Cabral, que vai participar de eventos em Cuiabá e Rondonópolis no sábado (26) e no domingo (27), respectivamente, diz que é a chance do partido ressaltar o “símbolo” que Lula representa contra “a onda reacionária que passa pelo Brasil”.
“O Lula se tornou o símbolo contra essa onda reacionária que varre o País. Esse evento no fim de semana é para ressaltar a figura dele e para reforçar a luta pelo ‘Lula Livre’, com pedido da nulidade do processo [de condenação a partir da Lava Jato]”.
A discussão no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a liberdade de condenados em segunda instância veio a calhar com a semana do aniversário do ex-presidente. A votação foi suspensa na última quarta (23) com placar de 4 a 3 pela manutenção da regra de prisão.
Se houver placar final a favor de revisão deste entendimento, Lula poderá ser um dos beneficiados. Questionado sobre este paralelo de datas, Cabral indicou que não existe preocupação do PT em sondar a opinião pública sobre a figura do ex-presidente.
“O Lula é assunto da política nacional nos últimos anos, mesmo estando preso. Uma boa parcela da população quer o Lula fora da prisão, não concorda com ela. E é neste símbolo que a celebração vai focar”.
Além de Cuiabá e Rondonópolis, Várzea Grande e Cáceres estão na lista das cidades que vão realizar atos em Mato Grosso. As críticas vão se voltar para a reforma da Previdência, concluída esta semana pelo Senado, e as medidas que atingiram ações sociais como o conflito do gonverno envolvendo indígenas e representantes da educação.
O evento deste fim de semana é a segunda agenda do Lula Livre em Mato Grosso. A primeira, que teria presença do ex-candidato à Presidência da República, Fernando Haddad, em agosto, foi suspensa de última hora por causa de uma operação sobre fraude na Seduc (Secretaria de Estado de Educação) que colocou a deputada federal Rosa Neide no centro das atenções. Na época, a direção estadual do PT disse que a Polícia Civil “ajustou” a deflagração da ação à agenda política do partido.