O presidente da CPI da Sonegação Fiscal, deputado Wilson Santos (PSDB), diz que empresários e políticos de Mato Grosso são citados pelo empresário Wagner Florêncio Pimentel em delação premiada. O parlamentar afirma que alguns dos mencionados podem estar envolvidos no assassinato do empresário, ocorrido em fevereiro deste ano.
“Por enquanto, eu não posso falar mais nada porque ainda não tive acesso à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Eu estive já em juízo e ele [empresário Wagner Florêncio] acusa poderosos do agronegócio. O caso é muito grave, há envolvimento de políticos do Estado e grandes empresários, no assassinato do senhor Wagner Florêncio Pimentel”.
A delação do empresário é um dos documentos que CPI terá acesso para analisar na apuração sobre os crimes de sonegação fiscal. O requerimento foi aprovado ontem (3) durante oitiva da comissão.
Wagner Florêncio foi alvo da Operação Crédito Podre, deflagrada em 2017, que apurou fraudes no comércio interestadual de grãos. Mais de R$ 140 milhões do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) teriam sido sonegados no esquema do qual o empresário é apontado como um dos líderes.
O conteúdo da delação foi homologado no dia 23 do mês passado pelo juiz Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Tadeu Luiz Rodrigues. A informação extraoficial é de que Wagner Florêncio detalha as operações de sonegação fiscal no Estado.
Conforme Wilson Santos, o assassinato do empresário foi o que motivou à abertura de nova CPI para investigar as atividades de sonegação no Estado. Ele considera que o crime foi cometido por queima de arquivo.